Os dados fazem parte de um levantamento da Hutukara Associação Yanomami, que monitora o garimpo ilegal no território desde 2018. A situação é acompanhada por meio de imagens de satélite usadas para mapear desmatamentos associados ao garimpo, áreas onde a atividade ilegal deixou o solo aparente e regiões que foram exploradas onde a vegetação começa a se recuperar.
Depois de anos de denúncia e inação durante do governo de Jair Bolsonaro, após assumir seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, em 21 de janeiro de 2023. Diante da falha em eliminar em definitivo o garimpo e a crise sanitária, Lula criou em janeiro de 2024 uma comissão permanente para atuar no caso.
“A gente pensava que iria mudar, mas não mudou. Não está bem. Os yanomami estão sofrendo com a situação de vulnerabilidade provocada pelos invasores e pelas doenças”, afirma Dario Kopenawa Yanomami, vice-presidente da Hutukara, em entrevista à DW.
Para Dario, é cedo para criticar a atuação do Ministério dos Povos Indígenas, criado por Lula e sob coordenação de Sonia Guajajara. “É uma dificuldade muito grande porque é algo muito recente”, resume a liderança yanomami.
DW: Como você descreve a situação na Terra Indígena Yanomami após um ano de ação do governo Lula contra a crise humanitária?
Dario Kopenawa Yanomami: A situação está muito difícil, muito complexa. E isso já faz mais de cinco anos. A nossa crise não melhorou e não está sendo resolvida. A tragédia continua, continua muito grave a crise humanitária e sanitária.
noticia por : UOL