VARIEDADES

“O Passado Promete”: leia com exclusividade o primeiro capítulo do novo livro de Guilherme Fiuza

Lançada em 1966 por Carlos Lacerda, João Goulart e Juscelino Kubitschek, a Frente Ampla foi uma aliança entre antigos rivais políticos que buscavam a volta da democracia no Brasil durante o regime militar. Na década seguinte, num intervalo de menos de um ano, os três morreram subitamente, e as investigações sobre suas mortes ainda hoje são motivo de controvérsia.

No romance ‘O Passado Promete: Um Novo Brasil no Retrovisor’, o jornalista Guilherme Fiuza – comentarista do programa Pensando Bem, da Gazeta do Povo – se utiliza de recursos ficcionais para “salvar” da morte a terceira vítima do grupo: Carlos Lacerda.

Na obra, o político suspeita da preparação de um atentado e foge da clínica onde estava internado para modificar a História. Leia seguir o primeiro capítulo do livro, que chega ao mercado em março pelo selo Avis Rara.

Depois de muito sofrimento, o Brasil chegou ao seu final feliz. E chegou com mais de três anos de atraso. A eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República tinha sido o final feliz que não houve, o requinte de crueldade contra as esperanças de um povo.

Com Tancredo, o Brasil chegou lá, mas não chegou. A morte antes da posse, logo daquele em torno do qual a sociedade parecia finalmente unida, marcou a ferro a alma brasileira. Parecia se confirmar a sina de um país condenado a morrer na praia.

Pouco mais de três anos depois, no entanto, veio de fato o final feliz. Ao menos era o que se depreendia do noticiário. O Brasil não tinha Tancredo, mas tinha uma nova Constituição. E ela ia botar tudo nos eixos. Até que enfim.

“Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo!”, disparou o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, no dia 5 de outubro de 1988. O brado foi saudado por aplausos ruidosos dos parlamentares que acompanhavam no Congresso a promulgação da nova Constituição brasileira. A frase contundente do Doutor Ulysses, como era chamado o deputado do PMDB, dominou as manchetes. Era o estandarte da redemocratização.

Ninguém desafinou o coro triunfante, nenhuma voz objetou a mensagem do final feliz. No dia seguinte o Congresso estava em festa – os representantes do povo repetindo a toda hora as duras (e já imortais) palavras de Ulysses contra a ditadura – até que o consenso foi inesperadamente arranhado por alguém:

– Ódio e nojo? Isso é maneira de afirmar a democracia? Vocês não acham estranho repudiar um regime de força com “ódio e nojo”? Será que os arautos dos novos tempos de paz e liberdade não estão usando o idioma dos tiranos? Acabou ou não acabou o tempo de odiar?

A interpelação na contramão da celebração geral não pegou bem. Todos se viraram para o fundo do plenário da Câmara dos Deputados, de onde viera o questionamento inconveniente, e um dos integrantes da mesa diretora perguntou quem tinha quebrado o protocolo. O transgressor não se escondeu:

– Fui eu, excelência. Carlos Lacerda.

O interlocutor devolveu desconcertado, em meio ao murmúrio geral:

– Carlos Lacerda faleceu há mais de dez anos. Segurança, contenha o intruso e faça-o se identificar.

O resultado da checagem foi perturbador. Não só pelos documentos de identificação, como pela fisionomia, quem estava ali, no fundão do “baixo clero”, parecia ser mesmo o ex-deputado Carlos Lacerda.

Agora o próprio Doutor Ulysses entrava na conversa, de sola:

– Não é possível. Todos viram o funeral do Lacerda em 1977. Esse aí só pode ser um impostor bem montado. Hoje as cirurgias plásticas fazem milagres.

Os funcionários da segurança estavam imóveis, divididos entre a averiguação inicial e a menção de desconfiança do presidente da Constituinte – o homem mais poderoso do país no momento. Ulysses não gostou da imobilidade e foi mais incisivo:

– Um sujeito que se infiltra no Congresso Nacional para maldizer a nova Constituição só pode ser um delinquente. Detenham-no.

– É assim que você vai inaugurar a nova democracia brasileira, Ulysses? Calando quem discorda de você? – provocou o suposto Carlos Lacerda.

– Não estou calando ninguém, nobre farsante. Não inverta as coisas. É a nova democracia brasileira que está sendo atacada por você, única criatura neste país que não gostou do meu repúdio à ditadura militar.

– Engano seu. Fui perseguido e calado pelo regime autoritário. Não tenho nenhuma razão para não repudiá-lo. O que achei estranho, e continuo achando, é a promulgação da “Constituição Cidadã” com uma declaração de ódio. Meio contraditório, não? Mais estranho ainda é que absolutamente ninguém neste país tenha se incomodado com isso. Será que não estamos gestando um novo tipo de autoritarismo?

– Como assim?! Autoritarismo aonde, infeliz? Você é só um provocador. Nesse ponto até lembra mesmo o Lacerda…

– Obrigado. Então agora vou lhe provar que sou o verdadeiro Carlos Lacerda. Não com documentos ou perícias. Quem mais poderia criticar a complacência do país com o seu discurso paradoxal, Ulysses? Com a sua exortação odienta à pacificação democrática? Quem mais poderia alertar que pode estar nascendo aqui a tirania de boa aparência?

– Você não sabe o que está dizendo…

– Não sei mesmo. É só um pressentimento. Vendo o seu discurso virtuoso que nega a si mesmo, imaginei o que seria o império da demagogia: palavras bonitas embalando os piores propósitos, gritos por liberdade encobrindo o cerceamento do indivíduo. Já pensou? Tomara que seja só um pessimismo paranoico da minha parte.

A essa altura, a maioria dos parlamentares já nem murmurava. Entre os que gostavam e os que detestavam Carlos Lacerda, a única certeza era de que o espírito do lendário ex-deputado estava presente à sessão. Ao notarem que Ulysses Guimarães não levaria adiante a polêmica inusitada, no entanto, um grupo de deputados importantes do PMDB decidiu enquadrar o provocador.

Se alternando nas flechadas, grandes nomes da transição democrática como Ibsen Pinheiro e Antonio Britto – o porta-voz de Tancredo Neves que anunciou a sua morte – passaram a recolocar as coisas nos seus devidos lugares: em primeiro lugar, Ulysses Guimarães era o Senhor Diretas, talvez o principal símbolo da luta pela reconquista do direito ao voto popular; em segundo lugar, o Doutor Ulysses tinha sido fundamental na ascensão de Tancredo à Presidência – e depois de sua morte tornara-se uma espécie de guardião do espírito dele, que representava a união nacional em torno da democracia. Ou seja: era inatacável.

– Não estou atacando o Doutor Ulysses – rebateu o homem que dizia ser Carlos Lacerda. – Estou chamando a atenção de todos para o perigo da mitificação que embaça os erros. Ulysses podia ser o representante de Tancredo, mas hoje é o representante de Sarney, ou Sarney é o representante dele, a gente nunca sabe.

O mal-estar voltou a paralisar a Câmara. O crítico solitário continuou seu manifesto do fundo do plenário:

– E a “Nova República” de Sarney está repleta de autoritarismos. Desde o congelamento inútil dos preços até o prolongamento do mandato do presidente, que aliás é presidente por acaso. Disso não me parece que o Doutor Ulysses tenha ódio e nojo.

Dessa vez a inércia geral foi rompida por um grito potente vindo das galerias:

– Tirem esse golpista daqui!

Como se acordasse para o absurdo de um franco-atirador esculhambar em pleno Congresso Nacional o grande fiador da democracia, a cúpula do PMDB resolveu intervir. A polícia legislativa foi acionada com a determinação de prender o aventureiro. Se dirigiu ao fundo do plenário para executar a ordem. Quando chegou lá, o homem tinha sumido.

***********

– O paciente sumiu!

O grito da enfermeira ecoou na Clínica São Vicente, na Gávea, Rio de Janeiro.

Na madrugada do dia 21 de maio de 1977, o ex-governador da Guanabara estava internado para a realização de uma série de exames. Seu estado de saúde era bom ao dar entrada no hospital. Nenhum sintoma agudo, nenhuma doença grave. De repente o médico de plantão reportou à equipe que acompanhava o ex-governador o enfraquecimento acelerado dos seus sinais vitais.

Após o grito de alerta da enfermeira, o responsável médico foi comunicar à direção da clínica o desaparecimento do paciente. O diretor acionado achou que “desaparecimento” fosse uma forma solene de dizer “falecimento”, já que pacientes não desaparecem de leitos. Mas o médico, aturdido, fez a retificação:

– Nem sei como dizer isso ao senhor, mas o paciente Carlos Frederico Lacerda sumiu.

Ainda com a máscara cirúrgica que usou para não ser reconhecido nos corredores, pisando de leve para não chamar atenção no silêncio da madrugada, Lacerda pulou dentro de um táxi que manobrava no pátio após deixar um passageiro na recepção da Clínica.

– Desculpe, senhor. Já encerrei por hoje. Essa foi a minha última corrida.

– Companheiro, eu estou escapando da morte. Não me negue essa chance de fuga.

Na dúvida se estava diante de um encrencado ou de um louco, o taxista achou mais seguro levá-lo dali. No percurso, preocupado com o silêncio absoluto do passageiro mascarado, o motorista arriscou:

– O senhor disse que está fugindo. Tem alguém vindo atrás de nós? Tenho família pra sustentar…

– Não, ninguém me viu. Não estamos sendo seguidos, pode ficar tranquilo.

– Querem matar o senhor?

– Não sei. Querem que eu morra.

– Qual é a diferença?

– A diferença é entre matar e fazer morrer.

O taxista achou melhor fingir que tinha entendido para não esticar a conversa, um tanto exótica para quem só queria encerrar o expediente e cair na cama. Mas o passageiro agora queria falar:

– Quem quer matar, vai lá e mata. Quem quer fazer morrer não quer sujar as mãos. Terceirizar é bom, mas arriscado.

– Mais arriscado que matar?

– Claro. Corre o risco de ficar com as mãos limpas e sem o cadáver…

– Ah…

Nessa hora o taxista prometeu a si mesmo não perguntar mais nada e se concentrar só em chegar em casa inteiro, mas a palestra soturna ainda não tinha acabado:

– Já aconteceu comigo.

– Mandar matar? – não se conteve o motorista, descumprindo em segundos a promessa de ficar calado.

– Não. O contrário. Mas só acertaram minha perna e mataram outra pessoa. Foi aqui perto. Ou seja, queriam fazer morrer e não fizeram direito.

– E agora tentaram de novo?

– Não sei. Isso já faz tempo. 23 anos.

– Mas o senhor entrou no meu táxi dizendo que estava escapando da morte.

– Os que querem que eu morra agora são outros. Ouvi lá na clínica alguém dizendo “a encomenda está pronta”. Não sei se ouvi ou se sonhei. Na dúvida, me mandei.

– O seu destino é…

– Quem sou eu para saber o meu destino. Só Deus sabe. O que sei é que me sinto muito bem aos 63 anos e é cedo para morrer.

– Sem dúvida. Mas perguntei qual é o seu destino, quer dizer, qual o destino dessa corrida. O senhor ainda não me disse para onde vai.

– Só Deus sabe.

Se o taxista tinha suspeitado no início de que poderia estar entrando numa enrascada, agora ele tinha certeza. Ficou sem ação diante da resposta inusitada e apenas continuou acelerando sua Brasília 73 para onde o nariz apontava. Já o nariz do passageiro, volumoso, esticava a máscara cirúrgica apontando como uma arma para sua nuca.

– Me leva pra longe daqui.

O motorista engoliu em seco:

– É uma ordem?

– Claro que não. Como eu poderia te dar ordem?

– Porque o senhor está armado.

– Não estou.

– Não mesmo?

– Quer me revistar?

– Se eu soubesse que não estava armado nem tinha deixado você ficar no meu táxi.

– Ué, passou a me chamar de “você”? Só usa “senhor” pra quem anda armado?

O táxi parou com uma freada brusca.

– Pula fora, maluco. Já te dei conversa demais.

Lacerda ficou imóvel. O taxista saltou, abriu a porta de trás e repetiu, mais ríspido, a ordem para que o passageiro pulasse fora. Mas ele continuou estático. E falou baixo:

– Te dou dois tanques de gasolina.

Dessa vez foi o motorista que ficou sem ação. Lacerda ampliou a oferta:

– Dois tanques e o dobro do valor da corrida. E já falei que vou pra longe.

Exausto, o taxista que só sonhava com a sua cama antes de entrar naquela corrida maluca agora era obrigado a refletir. Se o passageiro não estivesse blefando, tratava-se de uma proposta irrecusável. Se a recusasse, não conseguiria dormir. Tinha que ao menos checar:

– Como é que eu vou saber se você tem essa grana?

Talvez no fundo ele preferisse que fosse um blefe. Aí era só se livrar do biruta e se mandar para casa a salvo de confusão. Mas Lacerda abriu a carteira e mostrou dinheiro mais que suficiente para um mês de taxímetro. Vendo o motorista desnorteado, mudou um pouco o rumo da prosa:

– Companheiro, qual é o seu nome?

– Por que?

– Porque nome é identidade. Quero conversar com você de homem pra homem.

– Juscelino.

– Kubitschek?

– É.

– Fala a verdade.

– Já falei.

– Sei. Juscelino Kubitschek de Oliveira.

– Não. Juscelino Kubitschek dos Anjos.

Incrédulo, o passageiro perguntou se Kubitschek era pelo lado da mãe.

– De certa forma, sim.

– Como “de certa forma”? Não existe descendência “de certa forma”.

– É porque meu pai queria Juscelino. Aí a minha mãe disse que Juscelino tinha muitos. Pra todo mundo associar com o JK, ela disse que tinha que ter Kubitschek também. Então de certa forma sou Kubitschek por parte de mãe. E o senhor? Como se chama?

– Carlos Lacerda.

– Como o ex-governador.

– Não. Eu sou o ex-governador.

Lacerda tirou a máscara e o taxista o encarou perplexo. Nesse momento um carro da polícia se aproximou, jogando os faróis sobre o táxi. Juscelino Kubitschek pulou no volante e acelerou com Carlos Lacerda para longe dali.

***********

No meio da madrugada, debaixo de um temporal, Lacerda e Juscelino se espremiam debaixo de um orelhão na Baixada Fluminense. O passageiro precisava ligar para casa. Fugira do hospital sem se comunicar com ninguém. E disse que não ficaria sozinho num orelhão naquela hora e naquele local nem a pau.

O taxista tinha 1,90 de altura, mais de 100 kg e menos de 40 anos, ou seja, foi escalado sumariamente como guarda-costas do ex-governador.

Ele estava impressionado desde que Lacerda tirou a máscara. Nunca tinha conduzido um passageiro tão importante, ainda mais naquelas circunstâncias: perseguido pelo governo militar e, alegadamente, escapando da morte. Aquilo mudava completamente a situação e não dava para negar a escolta, mesmo sabendo que um major já tinha sido morto enquanto fazia a segurança do homem que agora estava ao seu lado.

Antes de parar o carro para o telefonema, Juscelino explicou que até aceitaria continuar dando fuga a Lacerda, mas precisava passar em casa para falar com a família. E argumentou que seria melhor aproveitarem para dormir um pouco, até a hora que o posto de gasolina mais próximo abrisse. O passageiro não tinha escolha e seguiu com seu condutor para Duque de Caxias.

– Mas lá em casa o senhor vai ter que ficar escondido.

– Ninguém vai me achar no meio da Baixada.

– Não é isso. Vou ter que esconder o senhor da minha mãe.

– Como assim?

– Moro com a minha mulher, meus filhos, meus pais e um tio. Não tem problema com nenhum deles. Só com a minha mãe.

– Por que?

– Como falei, ela é fã do JK. E o senhor foi um adversário duro do ex-presidente.

– Sim, mas depois nós nos aproximamos e…

– Pois é, doutor. Mas o sentimento ficou. Minha mãe odeia o senhor.

– Odeia?

– Ódio mortal.

Dessa vez o passageiro engasgou. O motorista prosseguiu:

– E não faz sentido eu estar ajudando o senhor a escapar da morte e colocá-lo na frente da minha mãe. Ela é cozinheira e tem umas facas bem afiadas. É uma pessoa tranquila. Mas quando explode, o pessoal lá em casa sai de perto, por segurança.

Homem forjado nos grandes embates da vida, experimentado nos conflitos mais duros, Lacerda ficou embaraçado como nunca com a notícia daquela fúria maternal. Mas não podia passar recibo. Afinal, alguém que está em confronto com o sistema não pode se mostrar acuado por uma mãe.

– Pois eu faço questão de conhecer a Dona… Como se chama a senhora sua mãe?

– Diamantina.

– O nome da cidade natal do Juscelino!

– Exato. Ela também é de lá. O nome de batismo é Maria José, mas ela foi cedo para Belo Horizonte e pegou esse apelido por causa da origem. Até meu pai só a chama de Diamantina.

– Tenho certeza de que vou me dar bem com a Dona Diamantina. Rapaz, eu já fiquei amigo do Mario Lago, meu adversário comunista. Já me entendi com o Jango, que me acusava de ter tramado a derrubada dele. O próprio JK, que um dia me ouviu protestar contra sua posse na Presidência, morreu em paz comigo…

Foi interrompido pelo xará do ex-presidente, assim batizado quando Juscelino foi eleito prefeito de Belo Horizonte:

– Justamente sobre isso que eu ia falar. No ano passado, depois que o JK morreu naquele acidente horrível, e pouco depois foi o Jango, minha mãe ficou revoltada e disse: “Morre todo mundo, menos o Lacerda”.

Agora o rei da argumentação não tinha mais resposta. Não havia saliva que resistisse àquela bofetada.

Falando no acidente automobilístico que matou JK, o taxista aproveitou para perguntar a Lacerda se ele achava que tinha sido acidente mesmo. Nem sobre isso o passageiro conseguiu falar, ainda que o assunto lhe interessasse bastante.

A chuva apertou na Baixada Fluminense e Lacerda fez uma constatação tática: se ia ter que ficar escondido de Dona Diamantina, não poderia usar o telefone da casa do motorista. Se rendendo à clandestinidade dentro da clandestinidade, decidiu:

– Bom, então vamos ter que parar num orelhão. Preciso avisar à minha família que morri.

– Avisar que não morreu – corrigiu Juscelino.

– Não. Avisar que morri, mesmo. Vou ter que desaparecer.

Conteúdo editado por:Omar Godoy

noticia por : Gazeta do Povo

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