A concorrência noticiou o furto de um pé de alecrim no vaso de uma padaria na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Diante disso, vi alguém dizer, naquele tom indignado que é a marca registrada do nosso tempo, que seria um absurdo (!) dar destaque a uma notícia dessas enquanto Arthur Lira Jr., filho do presidente da Câmara dos Deputados, é sócio de uma empresa que tem contratos milionários com órgãos públicos. Detalhe: Arthurzinho tem só 23 anos.
Nessa história toda, o que me espanta não é a indignação onipresente nas redes sociais. Nem a genialidade empresarial do alagoano-prodígio. Nem a aparente futilidade da notícia sobre o roubo do alecrim. O que me espanta, isso sim, é a nossa incapacidade de vermos a relação entre uma coisa e outra. Isto é, de entendermos, de uma vez por todas, que Arthur pai e filho só agem como agem porque para muita gente “não há nada de mais” em se furtar um mísero pé de alecrim.
Antes de continuar
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Polzo recomenda
Em linha com a primeira nota, já escrevi algumas vezes sobre as bases morais da criminalidade – um problema que a esquerda (e parte da direita) insiste em ver como consequência da pobreza e do armamentismo, mas que tem mais a ver com os valores éticos que aprendemos na família, na igreja, na escola e no trabalho. Sobre a importância da família no desenvolvimento de uma cultura de paz, Eduardo Mattos de Alencar escreveu um texto primoroso que você talvez não saiba, mas precisa ler.
EU DISSE QUE VOCÊ PRECISA LER
Assim serão as estátuas equestres do futuro
Hipérbole do dia
Pedindo desde já desculpas pela hipérbole, vou dizer que tem dias em que o mais difícil de ser cristão é aceitar que há no mundo, às vezes bem perto e às vezes lá em Brasília, alguém que pensa totalmente diferente de você – mas que é igualmente amado por Deus. Até os ateus como o Álvaro.
O outro
Tenho cá para mim que a violência retórica e física que predomina hoje em dia é produto da nossa indisposição em observarmos o outro. O outro que pensa diferente da gente. Que age diferente da gente. Mas que é igualmente amado por Deus. Foi da constatação de que em algum momento precisaremos parar para ouvir o que o outro tem a dizer (a dizer, não a zurrar) é que nasceu meu texto sobre o clássico “12 Homens e uma Sentença”, de Sidney Lumet.
MUDAR DE IDEIA? EU?
And the Oscar goes to…
Por falar em cinema, têm feito sucesso nas redes sociais o “trabalho” de um homem identificado apenas como “o ator de Gaza”: um inquestionável hamas-boy. Numa hora ele apareceu celebrando os foguetes lançado contra Israel, noutra chorou a “destruição de um hospital”. Num dia ele apareceu numa estado semivegetativo e no outro circulou pelos escombros de uma cidade, denunciando a violência indiscriminada dos bombardeios. O problema é que, a julgar pela forma como os ocidentais têm aderido ao antissemitismo, não vou me surpreender nada se a Academia der uma estatueta para o canastrão.
Por falar em canastrão
Por falar em canastrão, Lula. O fantoche-em-chefe que desavergonhadamente se alinha ao que há de pior no mundo apareceu em público depois da blefaroplastia no quadril (sic) para falar bobagem. Mas o pior nem é isso. O pior é que agora, até para falar bobagem, Lula precisa da ajuda da socialite, primeira dama, vice-presidente, primeira-ministra e dublê de chanceler Janja. Que, para a surpresa de 0 pessoas, também propaga as mentiras do Hamas.
O QUE TAVA ESCRITO NO BILHETINHO?
Ah, sim!
Ainda sobre Lula, ao se manifestar sobre o conflito no Oriente Médio o aspirante ao Nobel da Paz cerrou os dentes para dizer que o Hamas, o grupo terrorista de assassinos e psicopatas Hamas, precisava “reconhecer o erro” que havia cometido. Erro? Sim. Erro. Para Lula, matar, estuprar, decapitar e queimar civis foi um erro. Decerto ele imagina que lá em Gaza os terroristas ouvirão suas sábias palavras, colocarão a proverbial mão na consciência e pedirão desculpas. Claro, claro.
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Camiseteria
Meu amigo Sílvio Ribas vai ficar milionário! Ele teve a ideia de lançar uma camiseta que certamente fará sucesso entre os progressistas antissemitas que infelizmente nos rodeiam: a carona feia do Che Guevara com os dizeres “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura HAMAS”. Em breve, nas piores lojas do ramo.
Nazistas
Não há nada que se possa fazer. Dedo na cara não adiantará. Xingar não vai resolver. Uma discussão aprofundada e respeitosa é linda na teoria e na imaginação; mas na prática será perda de tempo. Elencar fatos históricos, fazer uso da razão, aplicar a lógica mais elementar – nada disso servirá para convencer aqueles que vou chamar de nazistas. Até porque essa palavra precisa voltar a ter peso. Precisa voltar a envergonhar quem compartilha desses valores.
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Athayde Petreyze
O colunista social, socialista e sociólogo Athayde Petreyze até pensou em acompanhar o encontro entre Lula e Roger Waters. Mas, judeu que é, teve medo. Mais do que compreensível, né?
Barriga
No jornalismo, “barriga” é como chamamos erros de reportagem. E aparentemente cometi uma barriga grave e imperdoável semana passada, quando ousei dizer que o senador Rodrigo Pacheco, eleito por Minas Gerais, é mineiro. Mais de uma pessoa, uns educadamente e outros nem tanto, apareceu para dizer que Pacheco é de Rondônia. Ele apenas foi eleito por Minas Gerais. Oquei. Agradeço a informação e peço desculpas se ofendi algum mineiro. Ou algum rondoniense ou rondoniano – vai quê!
Rondonienses
Desfeito o mal-entendido, fica a pergunta: como seria o rondoniense típico? Digo, qual o estereótipo do rondoniense? Qual sua comida típica? Qual sua esquisitice linguística? Quais suas características dignas de riso? Se você for rondoniense ou conhecer um rondoniense, me responda, por favor.
Lembrança
Por falar em mais barriga, por causa da mentira dos “500 mortos em ataque israelense a hospital em Gaza”, me lembrei da pandemia, quando jornalistas davam ouvidos a cientistas e saiam por aí dizendo que o lockdown salvou xis vidas. Tinha casa decimal e tudo! Esse, aliás, é o texto que sugiro na seção “Baú do Polzo” de hoje.
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Lucas 9:25
Ando fascinado por este versículo: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?”.
Último link
Ah, escrevi também sobre as eleições argentinas. No texto, falo sobre a derrota de Javier Milei no primeiro turno – e provavelmente no segundo – e menciono um triste círculo vicioso de esperança e decepção que move a direita latino-americana. E ao qual não estou imune. O interessante foi notar que muitos dos leitores que se irritaram com meu “pessimismo” insistem em falar que, lá como cá, houve fraude. Bom, cada um se apega à justificativa que mais lhe apetece, né?
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noticia por : Gazeta do Povo