Estamos em estado de guerra. Porém nem
todos sabem disso, porque a essência desta nova forma de guerra consiste no
fato de que o agredido não se dá conta da agressão violenta que está sofrendo.
Além disso, a inteligência do invasor-estrategista é tal que ele foi capaz de
fazer muitos aceitarem e até mesmo desejarem a conquista. Pode parecer estranho
e paradoxal. E é mesmo.
Isso ocorre porque uma das principais
características desta guerra que enfrentamos há décadas é o conceito de
“inversão”. Todos os valores, todas as percepções, todos os comportamentos e
processos estão se invertendo, até o ponto em que o escravo vive confortavelmente
em seu estado de escravidão.
Basicamente, uma guerra é a conquista
de um território. Invadir, ocupar, sitiar constantemente a fim de penetrar as
profundezas de um Estado, de uma nação ou de uma região para saquear as
riquezas e os bens de seus habitantes, para usurpar o poder de cada um dos
povos soberanos que, com seus esforços e os de seus antepassados, construíram
seus lares dia após dia, preservaram seus costumes e inspiraram a criação de
seus deuses. Contudo, agora o invasor exige tributos econômicos. O seu suor, o
seu sacrifício e as suas madrugadas em claro têm dono.
Nesta guerra, os agressores pretendem
apropriar-se de todos os bens da Terra: da água que desce das montanhas, dos
mares, dos bosques, do Sol… Até mesmo o ar que respiramos agora tem um preço.
Mas o “bom tirano” não está satisfeito
com os bens físicos, tangíveis e terrenos. Ele se alimenta de propósitos
maliciosos, perversos e vis. O conquistador deseja a destruição. Anseia
derrubar a civilização dos conquistados e invadir seu território espiritual.
Para triunfar plenamente é preciso impor uma nova civilização: a dele.
Quando, de conquistador de
territórios, passar a soberano ideológico das almas, convertendo em escravos
culturais aqueles que antes eram livres de seu domínio, terá vencido. Assim,
com a imposição da cultura invasora, o novo tirano proíbe as crenças, os
valores e os deuses anteriores. Exige que você o adore, se quiser viver. Deseja
ser seu deus onipotente, sua divindade suprema, seu ídolo universal.
É um déspota absolutista. É o
usurpador de um poder que não lhe pertence, de um poder que é seu, leitor. Como
um bom psicopata, está obcecado por impor-lhe seus sentimentos, para que você seja
um filho digno, um escravo esculpido à sua imagem e semelhança. O pai supremo
que ditará quem você deve amar e odiar.
E, para atingir essa meta, tal uma
serpente que se arrasta silenciosa pela relva, envia suas hostes às escolas
para doutrinar e adestrar as crianças. Suas legiões entraram na sua casa pela
tela da televisão, para mostrar a você um mundo psicótico que confunde e
perturba seu espírito.
Os usurpadores desse poder que lhe
pertence não deixam pontas soltas. Não querem que você seja livre, não querem
que sonhe com a existência de um mundo diverso daquele que exibem. Conhecimento,
sabedoria e liberdade são palavras malditas aos olhos dos déspotas. E deverão
arder no fogo perene.
Uma nova era de tirania está voltando,
como a que vivemos na Europa e na América Hispânica no século XX. Com o
propósito de ter êxito nessa colonização imperial, foi preciso alterar os
instrumentos bélicos. O principal objetivo dos novos déspotas é que não se
perceba a guerra travada contra você.
Endividamento, medo, mentiras, ignorância, propaganda, desinformação, governantes títeres de poderes obscuros, ruína, desemprego, crises, estresse emocional, fechamento de empresas, suicídios, desmoralização, “táticas pandêmicas”, genocídio, armas biológicas, abuso policial, cenário psicótico, morte, “o grande reset”.
Uma arma chamada esperança
Esta é uma guerra que ocorre em várias
frentes de batalha: a psicológica, a cultural, a sentimental, a geoeconômica e
a geopolítica. São ataques sincronizados. Para vencer esta guerra, os inimigos
foram agindo de forma gradual, em fases, e a primeira consistiu em dominar as
indústrias culturais e o sistema de comunicação global.
Estando nas mãos deles os núcleos de
gestão da comunicação, o conhecimento e a cultura — cernes das relações sociais
—, tornam-se capazes de condicionar os seus valores, ou seja, aquilo em que
você acredita e o que defende, seja no plano individual, seja no comunitário.
Os governantes se tornaram marionetes
não só do poder financeiro-filantrópico, mas, também, de uma força invisível
que não seria nada e permaneceria no limbo, se eles não lhe dessem o sopro da vida:
o mal. São os sacerdotes do novo templo da profanação.
Os usurpadores desse poder que,
repito, pertence a você — sua liberdade, seu sentimento, sua compreensão, sua
existência, seu amor, seu livre-arbítrio — calcularam exatamente como devem
agir.
Se a mentira é a arma principal dos
tiranos, nesta guerra não há arma mais poderosa do que a verdade. No entanto,
existe outra arma com a qual podemos contra-atacar. Quem não souber seu nome
não poderá utilizá-la. E quem a conhece já está salvo. O nome desta arma é esperança,
e desde os primórdios tem sido um baluarte de força para a humanidade.
A Terceira Guerra Mundial almeja fazer
com que 1% dos indivíduos domine os 99% restantes. A geoestratégia dessa
minoria, que idealiza as relações sociais em termos de dominadores e dominados,
é convencer você — e todos ao seu redor — de que seu novo “mundo feliz” é a
melhor e única opção.
O objetivo deles é fazer com que todos sejam enfeitiçados, seduzidos, confinados em suas teias. E, para isso, designam uma legião de tropas prontas para utilizar suas armas nos meios de comunicação, editoriais, filmes, gravadoras, academias, universidades, think tanks, laboratórios de dinâmica social…
Desses lugares, trabalham para
formular e disseminar um discurso único com o intuito de tornar seu domínio não
apenas aceito, mas aplaudido. A Terceira Guerra Mundial é um plano completo
para subjugá-lo, sem que precisem puxar um gatilho. E o campo de batalha do
principal confronto está em sua mente e em sua alma. Boa luta a todos!
Cristina Martín Jiménez (Espanha, 1974) é jornalista investigativa e autora de obras como ‘A Verdade Sobre a Pandemia’ e ‘Os Donos do Mundo’. O texto acima integra o livro ‘A Terceira Guerra Mundial Já Começou’, lançado em junho pela Vide Editorial e que mostra como as novas formas de dominação não acontecem apenas por meio de ações militares – mas também são centradas no medo, no controle e na manipulação dos indivíduos.
noticia por : Gazeta do Povo