VARIEDADES

MT terá cenário alarmante para o próximo período de seca no estado, diz ICV

Após a tragédia no Pantanal em 2020, a falta de informações sobre as ações de brigadas de combate aos incêndios florestais em Mato Grosso, o enfraquecimento de órgãos federais e os dados climáticos apontam um cenário alarmante para o próximo período de seca no estado.

Para combater o fogo, o estado contará com 89 brigadas de combate e prevenção aos incêndios florestais.

É o que aponta o mapeamento das brigadas de prevenção e combate aos incêndios florestais presentes em Mato Grosso realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV).

A maior parte é do Corpo de Bombeiros, com 49 unidades instaladas, seguido pelas brigadas do Ibama/Prevfogo, com 11.

As brigadas municipais, implementadas em parceria com o Corpo de Bombeiros, são nove, mesmo número das brigadas comunitárias no estado. Vinculadas ao ICMBio, são seis brigadas e as brigadas particulares somaram cinco. O mapa segue aberto para informações de novas brigadas no site do ICV.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que Mato Grosso já lidera o ranking de estado com maior número de focos de incêndio no Brasil. Foram mais de 3,3 mil focos de calor registrados de janeiro a maio de 2021.

Há ainda regiões do Cerrado e Pantanal mato-grossense com alto nível de secura, o que agrava a situação. O período chuvoso, compreendido entre os meses de novembro e abril, teve precipitação abaixo da esperada.

O governo estadual tem utilizado alguns mecanismos de controle, como a antecipação do período proibitivo de uso do fogo e sua extensão de prazo, entre outras ações.

Para 2021, também foi anunciado o investimento de R$ 43 milhões para ações de prevenção e combate aos incêndios.

Ações

Poconé, município localizado na região pantaneira do estado de Mato Grosso, teve uma área incendiada equivalente a mais de mil campos de futebol em 2020.

Os 869 mil hectares consumidos pelo fogo simbolizam 13% de toda a área atingida no estado até novembro do ano passado.

Para atuar no monitoramento e na prevenção aos incêndios florestais na região do Pantanal, foi implementado neste ano o 1º Pelotão Independente do Corpo de Bombeiros Militar, em Poconé.

Está prevista também uma Base Descentralizada Bombeiro Militar no Parque Estadual Encontro das Águas. Outras duas brigadas particulares atuarão na região, a Brigada Parque Sesc Baía das Pedras e Brigada Haroldo Palo Jr – Alto Pantanal, em Porto Jofre.

Vizinho de Poconé e o segundo município mais atingido pelo fogo no ano passado, Barão de Melgaço conta com uma Base Descentralizada Bombeiro Militar. O

utras três brigadas irão atuar no município, uma comunitária, a Brigada de São Pedro do Joselândia, e duas particulares, as brigadas RPPN Sesc Pantanal e da Fazenda São Francisco do Perigara.

A fazenda, que é um santuário de araras azuis (espécie sob risco de extinção), teve mais de 90% de sua área consumida pelo fogo no ano passado.

Projetos de formação de brigadas para o Pantanal também foram criados, como a “Expedição Pantanal: Brigadas Pantaneiras”, criado pela SOS Pantanal e que irá promover a implementação de brigadas no Pantanal mato-grossense.

No ano passado, o bioma foi o proporcionalmente mais atingido, mas os desafios para atuação das brigadas se estende às regiões amazônicas e de Cerrado do estado.

Áreas protegidas

No âmbito federal, o enfraquecimento de dos órgãos fiscalizadores dificulta o combate aos incêndios nas áreas protegidas, como unidades de conservação (UCs) e terras indígenas (TIs).

Embora Mato Grosso possua 79 terras indígenas (TIs), só está prevista a atuação de nove brigadas indígenas, vinculadas ao Ibama/Prevfogo.

Das 10 áreas indígenas mais atingidas pelos incêndios ano passado, apenas três contarão com brigadas do Prevfogo em 2021: Parque do Xingu, Paresi e Maraiwatsede.

Fonte: G1 MT

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