“O salário que você ganha não é só seu. Se trabalho na Globo, ganho cachê de R$ 20 mil no comercial que fiz, mas tem uma tia minha cujo filho, meu primo, está preso, eu tenho que ajudar. E meu primo está preso por quê? Porque o cenário social condicionou essa situação. Se aquele negão ganha o mesmo salário que você, com todas as fragilidades estruturais nas quais o povo preto foi colocado, esse salário na vida dele vale 60% a menos. Então, pela lógica, ele tinha que ganhar três vezes o que você ganha” — Manoel Soares, ex-apresentador do programa Encontro. Vou usar essa desculpa do primo preso da próxima vez que for pedir aumento. Vai que cola.
“Deus é o maior abortista do universo” — Flávia Boggio, colunista da Folha de S. Paulo, tentando usar uma frase de efeito para “chocar a sociedade”. Chocante mesmo é a qualidade dos textos de Boggio.
“Atenção. Se ainda existir algum negacionista da crise climática que explique: O país está em uma onda de calor intensa e perigosa e choveu gelo em Bagé e Candiota, no RS, essa madrugada. O clima já não é um tema de filmes futuristas. É o desafio de agora!” — Maria do Rosário, deputada federal (PT-RS), transformando uma chuva de granizo — super comuns no verão — no filme ‘O Dia Depois de Amanhã’.
“O meu partido tem uma forte relação com o Partido Comunista Chinês” — Luiz Inácio Lula da Silva, o homem que foi eleito para salvar a democracia, celebrando um acordo com a maior ditadura do planeta.
“Essa rede virou um esgoto. (…) Vou aparecer cada vez menos aqui” — Felipe Neto, influencer, criticando o X-Twitter. Ele conseguiu ficar sem tuitar algumas horas, e depois retornou dizendo que ficaria na rede para combater os “fascistinhas”.
“Infelizmente as organizações criminosas se fortaleceram muito nos últimos anos. Aumentaram o acesso a armas por causa de uma política errada que havia no nosso país” — Flávio Dino, ministro da Justiça, associando a violência na Bahia ao governo Jair Bolsonaro. Detalhe: desde 2007 o estado é governado pelo PT.
“Pessoal está meio preocupado que eu queimei a largada e comemorei antes, tomei umas e ‘tô’ meio doidão aqui, viu?” — Fernando Martins dos Santos (MDB), conhecido como Peitola, vereador do Guarujá (SP). Em 2020, o estado de São Paulo gastou R$ 3 bilhões com suas câmaras municipais, dinheiro do pagador de imposto que está sendo muito bem aproveitado, como se verifica pela fala do vereador “meio doidão”.
“Além de super-ricos, governo precisa taxar empresas de médicos e advogados” — Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo FHC e agora aparentemente candidato à presidente de centro acadêmico de universidade federal.
“Aquilo foi uma declaração imprópria e eu não tenho problema em reconhecer. Isso me ajuda a ser uma pessoa melhor, mais respeitada. Eu sei pedir desculpas e sei reconhecer quando eu erro. Não foi uma declaração adequada” — João Doria, ex-governador de São Paulo, pedindo desculpas a Lula por uma fala de cinco anos atrás na qual dizia que a prisão do atual presidente lavava a alma dos brasileiros. Será que depois do BolsoDoria de 2018 vem aí o LulaDoria em 2026? Te cuida, Alckmin.
“Hoje nós temos uma oportunidade única, não tivemos condições de instaurar uma CPI do golpe de 1500” — Célia Xakriabá, deputada federal (PSOL-MG), falando sobre o descobrimento do Brasil. Boatos dão conta de que o STF vai dar 48 horas para Pedro Álvares Cabral se manifestar.
“Às vezes, alguém olhando de fora pode ter a impressão de que o equilibrista está voando. Não é grave porque a vida é feita de certas ilusões, mas o equilibrista tem de saber que está se equilibrando, porque se ele achar que está voando, ele vai cair. E na vida real não tem rede” — Roberto Barroso, em seu discurso de posse como novo presidente do STF. Como diria Renato Aragão: Cuma?
“Toda vez que você fala eu me sinto mais burra” — Nikki Halley, pré-candidata à presidência dos EUA, zoando o também pré-candidato Vivek Ramaswamy, durante debate na Fox News. Sorte da Nikki que não é candidata no Brasil.
Cantinho dos europeus safades
“Domingo, eu vou ao Maracanã. Ops, mentira. Ato falho. Domingo a gente está indo para o Morumbi, mas por um excelente motivo. A gente está aqui no voo Brasília-São Paulo, a caminho do Morumbi, não só porque eu sou flamenguista, porém por um motivo especial. A gente está aí desde o começo do ano neste combate ao racismo no esporte” — Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, tentando justificar (e não conseguindo) o gasto de dinheiro público em um voo de jatinho da FAB pra ver a final da Copa do Brasil, no domingo passado (24) em São Paulo. A desculpa oficial foi a de que ela foi para a cidade assinar um protocolo contra o racismo.
“É inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer (sic) o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever (…) Inclusive, precisei abrir mão de estar com a minha família e minhas duas filhas em um domingo para ir trabalhar. Quem tem filhas pequenas consegue entender o peso disso” — Anielle Franco, depois de receber as merecidas críticas pela farra na final da Copa do Brasil. Até verteu uma lágrima aqui, tadinha da ministra. Quem diria que combater o racismo vendo jogo de camarote seria tão difícil, não é mesmo? Força, guerreira.
“Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade [sic]… Pior tudo de pauliste [sic]”
— Marcelle Decothé, então assessora de Anielle, que pegou carona no jatinho da FAB pra ver o jogo entre São Paulo e Flamengo. Nessa língua estranha, ela achou uma boa ideia detonar a torcida tricolor em seu Instagram. Acabou demitide.
“Fiz o L para isso mesmo… Pra que a notícia seja a de que uma ministra de Estado utilizou avião da FAB para trabalhar, e não para transportar substâncias ilícitas” — Randolfe Rodrigues, senador, que escreveu o seguinte em 2020: “A utilização desenfreada dos aviões da FAB por autoridades é um escárnio. Não importa se é o presidente, se é ministro, se é o presidente do Senado ou Câmara.” É recorfortante saber que nossos políticos não mudam de opinião por mera conveniência, não é mesmo?
Prêmio Exxon-Valdez de jornalismo
“A cantora foi criticada por compartilhar a leitura de uma filósofa racista” — conteúdo de uma “reportagem” do portal IG sobre um post da cantora Luiza Sonza contendo a foto do livro ‘Eichmann em Jerusalém’, de Hannah Arendt. Sim, caro leitor, o jornalista do portal IG afirmou que Hannah Arendt é uma “filósofa racista”. Depois apagou o post e pediu desculpas, mas serve de indicativo do nível do jornalismo brasileiro.
“Fictosexualidade, quando pessoas sentem atração sexual por personagens fictícios” — trecho de reportagem do Universa, site progressista do UOL. Não tire sarro, pode ser que em breve o STF criminalize a “fictofobia”.
Guerra cultural
“(…) tanto nos Estados Unidos, onde a película foi produzida, quanto aqui, a ultradireita promoveu o filme a arma na sua guerra santa contra o comunismo ateu” — Maria Hermínia Tavares, professora titular aposentada de ciência política da USP, pesquisadora do Cebrap, e colunista da Folha de S. Paulo, criticando o filme ‘O Som da Liberdade’. Essa direita é mesmo terrível, fica promovendo filmes contra o comunismo, essa ideologia que só matou umas 100 milhões de pessoas no século XX.
“Brasil Paralelo domina cidades médias do País e choca o ovo da serpente todos os dias” — Pedro Doria, autodenominado jornalista, escritor e palestrante (nem vou fazer piada aqui o comparando com o pato, que anda, nada, e voa, mas…). A grande acusação de Doria é que os pontos de vista defendidos pela Brasil Paralelo em suas obras são de direita. No mundo de Pedro, o ponto de vista ideal deve ser o da Bruna Surfistinha.
noticia por : Gazeta do Povo