“Não há moral na política, existe apenas conveniência” — Vladimir Lenin
A frase acima me ocorreu ao tomar conhecimento que a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL – SP) convidou Mohamad el Kadri para discutir, no dia 19 de outubro, na sede da Assembleia Legislativa, o que ela chama de “genocídio” e de “apartheid” israelense.
Vamos analisar estes dois termos, mas antes é necessário saber quem são a deputada e seu convidado. Mônica se diz defensora dos LGBTIQA+, dos Direitos Humanos e dos Direitos das Mulheres. Mohamad el Kadri é um entusiasta propagador do grupo terrorista Hamas no Brasil e suas constantes aparições na mídia são eivadas de slogans e meias verdades.
Mas vamos aos termos da reunião:
Genocídio
Em 1939, no estourar da 2ª Guerra Mundial, o povo judeu contava com 18 milhões de pessoas. Seis milhões foram exterminadas (um de cada três judeus do mundo). Passados 78 anos o povo judeu tem 15 milhões de pessoas e ainda não conseguiu sequer voltar ao seu número de 1939. Por outro lado, em 1948 saíram de Israel entre 700 mil e 750 mil palestinos. No dia 7/7/2022 o Escritório Central Palestino de Estatística (sigla em Inglês PCBS) soltou documento afirmando que há 14,3 milhões de palestinos no mundo, dos quais 5, milhões na Palestina. Estes números foram amplamente divulgados pela WAFA, a agência oficial palestina de informação.
Apartheid
Em Israel vivem cerca de 2,1 milhões de árabes, que a WAFA e a PCBS supra citadas incluem como palestinos, portanto usarei este termo para defini-los. Todos os maiores de 18 anos têm direito a votar e serem votados. Há palestinos no Parlamento — quatro diferentes partidos palestinos têm representantes no Parlamento de 120 membros. Não há sequer um hospital no país sem médicos e enfermeiros palestinos. Há juízes palestinos, inclusive na Suprema Corte. O capitão da seleção de futebol de Israel é palestino. Palestinos servem no Exército como voluntários, alguns dos quais com patentes de Coronel, Tenente Coronel e até General de Brigada. Não há mercado ou shopping onde não trabalhem palestinos e eles frequentam os mesmos restaurantes, shows, teatros e concertos que os judeus.
No entanto, é importante olhar para o que se passa na faixa de Gaza e na Cisjordânia. Apesar do uso comum da palavra “colonialista”, não há nem sequer um único judeu em Gaza (é o “colonialismo” sem colonizador!). Na Cisjordânia vivem 740 mil judeus, 25 mil deles médicos, enfermeiros ou psicólogos. Nenhum deles trabalha em qualquer hospital palestino. Não há jogador de futebol ou juiz de direito, lavador de carro ou político judeu na palestina. Motivo: é proibida a entrada de judeus nas áreas administradas pelos palestinos. A lei palestina pune com morte quem vender qualquer terreno a um judeu. Há muitas restrições que se aplicam exclusivamente aos judeus e ressalto:
- Aos judeus, e apenas aos judeus, é negado o acesso ao registro de imóveis (em Israel qualquer cidadão faz isso pela Internet)
- Os judeus, e apenas os judeus, são obrigados a obter aprovação governamental e militar para quaisquer transações de propriedade.
- Os judeus, e apenas os judeus, estão sujeitos a ordens militares que limitam o uso da terra da qual têm legalmente o título de propriedade.
Então, onde está o “apartheid”? Está nos slogans, nas meias verdades e nas mentiras acima citadas.
O triste em toda esta história é que Mônica Seixas vive com dinheiro que cada um de nós paga de impostos. O salário de deputados é R$ 31.238,19 (aprovado em 21/12/2022, o valor passará a R$ 33.006,39 em 103 dias) e extras como verba para aluguel, hospedagem, alimentação, carro, combustível, material de escritório e a lista segue…E para finalizar, nossos impostos pagam a “festa”, já que ela se realiza dentro das dependências da ALESP.
Marcos Susskind é radialista e guia turístico em Israel. @marcossusskind
noticia por : Gazeta do Povo