TECNOLOGIA

Fenômeno bizarro espalha peixes por praias das Filipinas

Recentemente, uma enorme quantidade de sardinhas, possivelmente na casa dos milhões, encalhou nas proximidades de uma ilha nas Filipinas, transformando a costa em um brilho prateado com pequenos peixes sem vida cobrindo a praia.

Tendo ocorrido aproximadamente 48 horas antes de um significativo terremoto, não foi causado por qualquer previsão incomum dos peixes, mas atribuído a um fenômeno conhecido como ‘ressurgência‘.

Milhões de sardinhas foram parar nas praias ao redor de Maasim, na ilha de Mindanao – Imagem: Cirilo Aquadera Lagnason Jr.

A especulação surgiu quando, cerca de 48 horas depois, a região foi atingida por um terremoto forte, levando alguns a sugerir que os peixes haviam percebido o iminente desastre natural e buscado águas rasas como uma forma de fuga.

No entanto, especialistas locais esclarecem que os dois eventos são independentes, e que o fenômeno conhecido como ressurgência provavelmente é o responsável pelo incomum encalhe em massa.

Os peixes desorientados começaram a nadar em direção à costa nas primeiras horas de domingo, no litoral do município de Maasim, na província de Sarangani, no extremo sul da ilha de Mindanao.

Imagens e vídeos registrados pelos moradores durante a noite mostram grandes enxames de sardinhas brilhantes espalhadas pela praia, debatendo-se nas ondas enquanto eram arrastadas para a costa.

As águas rasas ficaram prateadas e vermelhas devido aos peixes mortos – Imagem: Madz Ishmael Abdulbali

Ao nascer do sol, os moradores se reuniram para recolher os peixes mortos. Em uma praia, mais de 100 pessoas coletaram entre 20 e 30 kg de sardinhas cada uma, enquanto uma família embalou mais de meia tonelada do pequeno peixe, conforme relatado pelo site de notícias tailandês The Nation.

A maioria dos peixes mortos, se preservados corretamente, provavelmente será consumida ou vendida.

Alguns moradores locais interpretaram o fenômeno incomum como um ‘presente de Deus’ e um sinal de um ano novo extraordinariamente próspero, enquanto outros alertaram que o encalhe em massa poderia ser um presságio de desastre natural, de acordo com o The Thaiger.

Mais sobre o terremoto

Por volta das 5h, horário local, da terça-feira (9/1), um terremoto de magnitude 6,7 atingiu o Mar de Celebes, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA.

O epicentro ocorreu a cerca de 100 quilômetros da costa de Maasim, alimentando especulações nas redes sociais sobre uma possível conexão entre os dois eventos.

No entanto, Cirilo Aquadera Lagnason Jr., pesquisador do Gabinete de Gestão de Áreas Protegidas (PAMO) da Baía de Sarangani, que testemunhou o encalhe das sardinhas em primeira mão, afirmou que é improvável que os dois fenômenos estejam relacionados.

Ainda faltam estudos sobre a capacidade dos animais de preverem terremotos, embora seja possível que, em alguns casos, respondam a sinais preliminares ou a tremores leves que antecedem eventos mais intensos.

Lagnason Jr. sugere que a causa mais provável do encalhe em massa tenha sido o já mencionado fenômeno oceanográfico conhecido como ressurgência.

Nesse fenômeno, nutrientes do fundo do mar sobem para águas costeiras rasas, desencadeando a proliferação de plâncton.

As sardinhas, alimentando-se desses plânctons, provavelmente seguiram a fonte até as águas rasas, ficando ‘presas’ e aumentando a probabilidade de encalhe.

Cenários semelhantes já foram observados em várias outras localidades nas Filipinas.

A maioria das sardinhas, pertencentes possivelmente a uma das espécies do gênero Sardinella, eram juvenis, o que poderia ter contribuído para a desorientação do grupo. Zenaida A.

Dangkalan, oficial de pesca em Sarangani, também apontou outros fatores que poderiam ter desempenhado um papel, como a superabundância de sardinhas, mudanças nas temperaturas ou salinidade do oceano, distribuição de predadores e poluição luminosa proveniente de assentamentos humanos.

Lagnason Jr. ressalta que o terremoto subsequente ao encalhe é provavelmente uma coincidência, destacando que terremotos desse tipo são comuns no ‘Anel de Fogo’, uma região de intensa atividade tectônica que se estende ao redor da maior parte do Oceano Pacífico, incluindo as Filipinas.

noticia por : R7.com

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