FOLHA MAX – ALLAN MESQUITAO secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, mandou um recado para a população que ainda insiste em descumprir os decretos estaduais e medidas de combate a pandemia de covid-19. Em entrevista à rádio CBN 95,9 FM, o gestor reforçou o cenário caótico dos hospitais e alertou que não haverá oxigênio para atender a explosão de casos que continua crescendo em Mato Grosso.
“Não vai ter médico e possivelmente não vai ter um leito que vai lhe ofertar o oxigênio. Já imaginou o que é você buscar o ar e não encontrar porque não vai ter uma vaga que vai lhe ofertar oxigênio?”, disparou.
Figueiredo esclareceu que Mato Grosso ainda dispõe de estoque do suprimento para atender a atual demanda. Contudo, enfatizou que alguns municípios podem enfrentar dificuldades se o número de infectados continuar crescendo.
Segundo ele, algumas prefeituras do Norte do Estado já sofrem com a indisponibilidade de cilindros para abastecer o oxigênio. “Antes da pandemia, a estrutura de oxigênio era suficiente para abastecer os hospitais. Com a abertura de novos leitos, o consumo subiu muito e os municípios não tem cilindros suficientes. A covid agride especialmente o sistema respiratório e o melhor remédio é oxigênio. Isso não vende em comprimido na farmácia”, complementou.
O secretário também criticou o descumprimento do decreto estadual, que determinou o toque de recolher das 21h as 5h e outras restrições para o funcionamento do comércio, especialmente aos sábados e domingos. Nesta terça-feira (16), as medidas foram prorrogadas pelo governador Mauro Mendes (DEM) por mais 16 dias. As medidas visam conter aglomerações e o contágio da covid-19 em todo Estado.
Contudo, segundo Gilberto, alguns empreendimentos ainda andam na contramão as recomendações do Executivo. No último fim de semana, um bar situado na Praça Popular foi fechado e multado em R$ 3 mil por ignorar as medidas restritivas e funcionar com a lona abaixada para driblar a fiscalização.
“A gente vê bar funcionando com as portas fechadas e descumprindo o decreto estadual. Nós estamos fazendo de tudo para que não seja necessário a implantação do lockdown, mas o comércio que está aberto precisa colaborar porque até agora nós não vimos nenhum efeito prático das restrições”, criticou, ao citar que os casos ainda não diminuíram.
Figueiredo acrescentou que março tem sido um mês crítico em todo o país. Segundo o chefe da Saúde, a situação pode se arrastar ao longo do ano, até que toda a população seja imunizada.
“Nós vamos conviver com casos de covid-19 e de pessoas demandando por uma assistência o ano todo. A tendência de março ser o mês mais crítico já é lógico. O Brasil está no vermelho e a capacidade hospitalar já chegou no colapso. Muitas pessoas que poderiam ser salvas na unidade de saúde não vão chegar a tempo, então esse mês vai ser sim o pior mês da pandemia”, pontuou.
Ao final, Figueiredo disse que espera um trabalho alinhado com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O médico é o quarto titular da pasta em menos de um ano.