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Medicamentos e insumos básicos, especialistas médicos e estrutura estão em falta na rede pública de saúde de Cuiabá. É o que relatam médicos e técnicos que procuraram o Ministério Público Estadual (MPE) com o objetivo de tentar uma solução para o que classificam como o “pior momento” da saúde pública local.
A atitude foi o que motivou o MPE, junto com os Conselhos de Medicina (CRM) e Farmácia (CRF), a realizar inspeções nas unidades de saúde no início do mês. Conforme servidores, postos de saúde da família (PSFs) têm apenas 26 dos 174 medicamentos considerados básicos para atendimento.
Segundo uma das profissionais, no antigo Pronto-socorro de Cuiabá a situação sempre foi ruim, porém piorou muito do período pandêmico para cá. Segundo ela, na unidade não é possível realizar procedimentos simples a cirurgias, por falta de materiais. Ela também destaca a insuficiência estrutural do local.
“Está bastante comprometido, bastante defasado. Materiais antigos, materiais estragados, não tem reposição de monitores, ventiladores, de camas, está bem complexo”, relata.
Mas, para a denunciante, o mais preocupante é a falta de medicamentos básicos, como os utilizados no controle de pressão arterial, sedativos e os psicotrópicos, que são aqueles utilizados para ajudar o paciente a despertar quando está saindo da ventilação mecânica. “Antibióticos, falta de soro, de glicose. É bem caótica a situação do Hospital Pronto Socorro atualmente”.
A profissional destaca que dentro da terapia intensiva, esses medicamentos são essenciais para salvar a vida de pacientes e vários óbitos ou complicações foram relacionados a estes deficits.
“Eu já tive paciente que precisava simplesmente de medicamentos para pressão, porque estava com a pressão muito alta e teve colapso cardíaco, porque não tinha o remédio”.
Um segundo denunciante chega a comparar unidades de pronto atendimento (UPAs) de Cuiabá e Várzea Grande, citando que ambas tem a mesma infraestrutura, porém, a diferença das farmácias é absurda.
“Lá (Várzea Grande) temos 6 tipos de antibióticos, todos os analgésicos, todos os anti-inflamatórios e tem em grande quantidade. Em Cuiabá não tem nada”.