A influenciadora Cecília Pedersoli relatou em seu TikTok uma situação inusitada pela qual passou. Ao sentir uma dor de garganta, com a formação de placas, e ao perder as forças, ela buscou ajuda hospitalar no sábado, acreditando ser uma amigdalite. A médica do pronto- atendimento escutou o relato e, mesmo sem analisar, deu o mesmo diagnóstico da suspeita e recomendou que ela tomasse uma injeção de Benzetacil.
Na segunda-feira, sem ter o problema resolvido, ela foi a uma consulta com um otorrinolaringologista, que, ao examinar a garganta de Cecília, percebeu se tratar de mononucleose, conhecida também como doença do beijo, e afirmou que ela poderia ter adquirido a doença ao compartilhar equipamentos na academia — pelo suor, por exemplo, já que a jovem alegou não ter beijado ninguém.
O médico explicou que a injeção não teria efeito e que poderia dar alguma reação no organismo. Horas depois da consulta, o corpo da influenciadora estava coberto de manchas vermelhas e coçava. Ela ainda emagreceu 6 kg por não conseguir comer devido às dores na garganta. Após dez dias, as dores melhoraram. Já as manchas levaram mais tempo para desaparecer.
Veja o vídeo do relato:
E a continuação da explicação:
De acordo com o infectologista João Prats, da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a mononucleose é transmitida pelo vírus Epstein-Barr, por meio de secreções orais — por beijo, tosse ou compartilhamento de objetos. No entanto, o suor, como alegado no vídeo, não é um meio de transmissão.
Ele explica que uma pequena parcela da população adoece e que os sintomas aparecem apenas no primeiro contato com o vírus. Roberta Pilla, otorrinolaringologista da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial), afirma que a circulação do vírus acontece, sobretudo, entre adolescentes e jovens de 15 a 25 anos.
“Outras formas de contágio mais raras incluem transfusões de sangue e a via transplacentária, quando a gestante adquire o vírus durante a gravidez e o passa ao feto pela placenta. O tempo de manifestação pode variar de duas a três semanas, em média”, alega Roberta.
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O otorrinolaringologista Bruno Borges diz que os sintomas da mononucleose podem incluir dor de garganta, febre alta e aumento de gânglios no pescoço (ínguas), dor muscular, cansaço e mal-estar. Ainda podem ocorrer sintomas menos comuns, como dores nas articulações, icterícia (pele amarelada), manchas no corpo, dor abdominal e aumento no tamanho do fígado e do baço.
A apresentação de manchas vermelhas na pele, conhecidas como rash cutâneo, são raras, pois acometem de 8% a 10% dos infectados. No entanto, Borges ressalta que, se usados antibióticos do grupo das penicilinas (como o Benzetacil) ou a amoxicilina, os riscos desse aparecimento saltam para 80% a 100%, acometendo todo o corpo e o céu da boca.
Prats explica ainda que a mononucleose pode ser confundida com amigdalite devido ao aparecimento das placas (concentrado de células do sistema de defesa) e ao aumento das amígdalas.
O diagnóstico da mononucleose é clínico e pode incluir exame de sangue, que analisará os linfócitos (células de defesa) atípicos, ou sorologia, em que são buscados os anticorpos contra o vírus.
Já o tratamento visa diminuir os sintomas, visto que a infecção tende a passar sozinha.
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FONTE : R7.com