A dislipidemia, mais conhecida como altos níveis de colesterol e/ou triglicerídeos no sangue, é um problema de saúde pública e que levanta preocupações pelo potencial de causar uma série de problemas individuais. Neste 8 de agosto, Dia Mundial do Combate ao Colesterol, é importante lembrar que essa condição causa globalmente cerca de 3 milhões de mortes todos os anos, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
No Brasil, estima-se que quatro de cada dez pessoas tenham níveis de colesterol acima do recomendado.
O colesterol é uma substância cerosa e gordurosa produzida pelo fígado. De acordo com os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), dos Estados Unidos, nosso corpo necessita de colesterol para funções cruciais, como a produção de hormônios e a digestão de alimentos gordurosos.
É importante notar que nosso organismo produz todo o colesterol de que necessita. Portanto, enquanto é essencial, a ingestão de colesterol pela dieta deve ser controlada. É aí que entra a importância de manter um equilíbrio saudável entre os diferentes tipos de colesterol.
O colesterol dietético é aquele que ingerimos por meio da dieta — especialmente a partir de alimentos de origem animal, como carnes, laticínios, ovos e frutos do mar — e é absorvido pelo intestino. Em seguida, é transportado pelo sangue para várias células e tecidos.
A principal diferença entre o colesterol endógeno (produzido pelo corpo) e o exógeno (proveniente da alimentação) está na forma como eles são transportados no sangue.
O excesso de colesterol dietético, especialmente de gorduras saturadas e trans, pode contribuir para o aumento dos níveis de LDL no sangue e aumentar o risco de aterosclerose e doenças cardíacas.
Níveis recomendados
O colesterol é medido em miligramas por decilitro (mg/dL). Quando fazemos um teste de colesterol, várias medidas são avaliadas. Existem dois principais tipos de colesterol: o LDL, conhecido como “colesterol ruim”; e o HDL, o “colesterol bom”.
Manter essas taxas dentro de limites saudáveis é essencial para prevenir doenças cardiovasculares.
Os níveis ideais de colesterol, conforme destacado pelo Ministério da Saúde, incluem:
• Colesterol total: cerca de 150 mg/dL;
• Colesterol LDL (colesterol ruim): cerca de 100 mg/dL;
• Colesterol HDL (colesterol bom): pelo menos 40 mg/dL em homens e 50 mg/dL em mulheres;
• Triglicerídeos: menos de 150 mg/dL.
Riscos
A relação entre hipercolesterolemia (colesterol alto) e doenças cardiovasculares pode ser entendida da seguinte forma:
• Placas ateroscleróticas: o excesso de colesterol LDL no sangue pode se acumular nas paredes das artérias, com a formação de placas ateroscleróticas. Essas placas consistem em colesterol, células inflamatórias, tecido fibroso e cálcio. Com o tempo, as placas podem crescer e endurecer, estreitando as artérias e prejudicando o fluxo sanguíneo.
• Obstrução arterial: à medida que as placas ateroscleróticas se acumulam, as artérias podem ficar estreitadas e obstruídas. Isso restringe o fluxo sanguíneo rico em oxigênio para os tecidos e órgãos. Nos vasos sanguíneos que irrigam o coração, a obstrução pode levar à angina (dor no peito) ou a um infarto do miocárdio.
• Ruptura das placas: além do estreitamento, as placas ateroscleróticas podem se tornar instáveis e se romper. Isso pode desencadear uma resposta inflamatória e a formação de coágulos sanguíneos. Se um coágulo bloquear completamente uma artéria coronária (vaso sanguíneo do coração), pode ocorrer um infarto.
• Acidente vascular cerebral: no caso das artérias cerebrais, a obstrução ou a ruptura das placas ateroscleróticas podem levar a um AVC (derrame), interrompendo o fluxo sanguíneo para partes do cérebro.
Causas
Os níveis de colesterol alto podem ser decorrentes desde fatores genéticos, estilo de vida sedentário, alimentação inadequada, comorbidades até o uso de certos medicamentos.
• Genética: as causas primárias da hipercolesterolemia são mutações genéticas que podem levar à produção excessiva ou à deficiência na depuração do colesterol e das lipoproteínas. Essas mutações podem estar relacionadas à síntese do colesterol ou à depuração das lipoproteínas, como o LDL. Algumas condições genéticas, como a hiperlipidemia familiar, são exemplos de causas genéticas de hipercolesterolemia.
• Estilo de vida sedentário e alimentação inadequada: o estilo de vida sedentário e uma dieta rica em calorias totais, gorduras saturadas, colesterol e gorduras trans estão associados ao aumento dos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos. O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, que frequentemente contêm essas gorduras prejudiciais, pode contribuir significativamente para a hipercolesterolemia.
• Comorbidades: condições médicas como diabetes mellitus, obesidade e hipertensão arterial sistêmica também podem levar ao aumento dos níveis de colesterol. Essas condições podem afetar o metabolismo lipídico e contribuir para a hipercolesterolemia.
• Medicamentos e outros fatores: o uso de certos medicamentos, como tiazidas, betabloqueadores, retinoides, antirretrovirais, ciclosporina, tacrolimus, estrogênio, progesterona e glucocorticoides, pode estar associado ao aumento dos níveis de colesterol. Além disso, o tabagismo pode resultar em níveis mais baixos de HDL (colesterol bom) e níveis mais elevados de LDL (colesterol ruim), contribuindo para a hipercolesterolemia.
Tratamento
Uma vez que seja feito o diagnóstico de hipercolesterolemia, o paciente pode ter de fazer uso de medicamentos e também adotar um estilo de vida diferente, na maioria dos casos.
Um dos principais pilares do tratamento é a adoção de uma dieta saudável, baseada em alimentos in natura ou minimamente processados.
É recomendado evitar o consumo excessivo de gorduras saturadas e trans, presentes em alimentos de origem animal e ultraprocessados.
Uma alimentação balanceada, rica em fibras, frutas, vegetais e grãos integrais, pode ajudar a reduzir os níveis de colesterol ruim e melhorar os níveis de colesterol bom.
A prática regular de atividade física também é fundamental. O exercício ajuda a aumentar o colesterol HDL e a reduzir os níveis de triglicerídeos, contribuindo para um perfil lipídico mais saudável. Além disso, a atividade física promove a saúde cardiovascular de maneira geral.
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FONTE : R7.com