SAÚDE

EUA recomenda pílulas para prevenção de IST




Em meio aos crescentes casos de clamídia, gonorreia e sífilis, as autoridades de saúde dos Estados Unidos propuseram nesta segunda-feira (2) que os médicos comecem a receitar uma pílula pós-exposição para reduzir IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), apesar de levantar preocupações sobre a possibilidade de cepas mais resistentes.





A doxiPEP, ou doxiciclina, usada como prevenção pós-exposição, reduz o risco de desenvolver infecções, de acordo com um estudo do qual participaram homens que fazem sexo com homens e mulheres transgênero que tiveram relações sexuais sem preservativo.


Com diretrizes desenvolvidas pelo CDC (Centro de Controle de Doenças, na sigla em inglês), o projeto se concentra apenas nestes grupos, considerados de maior risco, por temer que uma recomendação mais ampla alimente o aumento de superbactérias.


“A inovação e a criatividade são importantes na saúde pública, e se precisa, desesperadamente, de mais ferramentas”, disse à AFP o diretor de prevenção de IST do CDC, Jonathan Mermin, antes do anúncio.


As autoridades prescrevem uma única pílula de 200 mg tomada por via oral dentro das 72 horas posteriores a um encontro sexual.



Menos uso do preservativo



Os casos notificados de clamídia, gonorreia e sífilis nos EUA aumentaram para 2,5 milhões em 2021, um novo crescimento após aproximadamente uma década de aumento.


Existem vários problemas que explicam a tendência: cada vez menos pessoas usam preservativos desde a chegada da PrEP, pílulas diárias que reduzem significativamente as possibilidades de contrair o HIV.


Outra possível explicação do aumento está na recomendação para as pessoas que tomam PrEP se submeterem a exames de saúde a cada três meses, o que provavelmente aumenta a quantidade de infecções identificadas. Também existe o fato epidemiológico básico de que quanto maior for o número de pessoas infectadas, mais elas podem infectar.


Os pesquisadores indicaram que a doxiPEP foi eficaz em três dos quatro ensaios.


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“O que descobrimos foi que houve uma redução de cerca de dois terços nas infecções sexualmente transmissíveis a cada três meses”, disse à AFP Annie Luetkemeyer, codiretora de um ensaio nos Estados Unidos.


Essa médica e cientista da Universidade da Califórnia, em São Francisco, recrutou cerca de 500 pessoas da cidade e de Seattle, entre comunidades de homens que fazem sexo com homens e mulheres transexuais. A eficácia do medicamento foi maior contra clamídia e sífilis, que foram reduzidas em aproximadamente 80%. No caso da gonorreia, foi de aproximadamente 55%. Houve poucos efeitos colaterais.


A ampliação do acesso à doxiciclina levantou temores sobre a possibilidade de causar resistência aos antibióticos — particularmente na gonorreia, que está em rápida mutação.


Mas as pesquisas não encontraram motivo para esta preocupação.


Connie Celum, da Universidade de Washington, que codirigiu o estudo nos EUA, disse à AFP que analisaram amostras de gonorreia procedentes de infecções emergentes (quando as pessoas contraíram a doença, apesar de tomarem o antibiótico) no grupo doxiPEP e as compararam com o grupo que não recebeu a pílula.





Embora tenham descoberto que a taxa de gonorreia resistente era ligeiramente superior no grupo doxiPEP, afirma-se que a descoberta poderia significar, simplesmente, que a pílula é menos eficaz contra cepas que já são resistentes, em vez de causar essa resistência.

FONTE : R7.com

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