Mesmo após a cúpula estadual do União Brasil ter se reunido nesta semana, a crise interna da legenda continua e desfiliações deverão ocorrer nos próximos dias. Tanto que o ex-governador Júlio Campos (União) avançou nas negociações e está com um pé dentro do PSD do senador Carlos Fávaro.
Conforme o apurou nos bastidores, o descontentamento de Júlio, diante da condução da legenda que segue o ritmo que o governador Mauro Mendes determina, fez com que ele se aproximasse do PSD nos últimos dias. A tendência é que o anúncio seja feito nas próximas horas.
As articulações também ocorrem em meio às negociações para a ex-prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (União), migrar para o PSDB. Lucimar e seu esposo, o senador Jayme Campos (União), estarão em São Paulo neste fim de semana. Apesar da agenda ser pessoal, o que se comenta é que os dois terão um encontro com a cúpula nacional do ninho tucano.
Outro que também abriu diálogo para deixar o União é líder do governo na Assembleia Legislativa (ALMT), Dilmar Dal Bosco. O deputado recebeu em seu gabinete o deputado federal Carlos Bezerra (MDB), que pessoalmente fez o convite, lhe garantido condições na chapa emedebista. Dal Bosco gostou da proposta, mas afirmou que antes de decidir quer um encontro pessoal e a sós com o governador.
Dilmar é um dos mais descontentes da sigla e foi um dos primeiros a criticar a conduta de Fábio Garcia, que é presidente interino da recém-criada sigla. O descontentamento do parlamentar vem desde 2018, quando Mauro Mendes migrou para o DEM, já emplacando Garcia na presidência.
Na época, Dilmar Dal Bosco cogitou deixar a sigla, mas foi convencido a permanecer pelos irmãos Júlio e Jayme Campos. Agora, a situação é diferente, já que Jayme e o grupo do governador não andam se entendendo.
Na última segunda-feira, a família Campos não compareceu no evento do governo em Várzea Grande, o que deixou claro o clima de insatisfação e crise dentro da sigla.
Porém, apesar disso, Mendes parece não se preocupar com as possíveis perdas, tanto que intensificou o seu controle do partido, colocando Mauro Carvalho dentro da organização da União Brasil.
Carvalho deixará a Casa Civil e será o 1º suplente na chapa de Wellington Fagundes (PL).