Citado pelo presidente Jair Bolsonaro como opção para o governo de São Paulo em 2022, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, admitiu pela primeira vez que pode entrar na disputa eleitoral, mas não necessariamente pelo Palácio dos Bandeirantes.
– Vou caminhar junto com o presidente. Não sei se exatamente num governo de estado, não sei se em São Paulo. De repente no Parlamento, em Goiás. Por exemplo, por que não o Senado em Goiás? – disse ele, que também mencionou a possibilidade de concorrer por Mato Grosso, durante entrevista ao Estadão.
Fortes no agronegócio, Goiás e Mato Grosso são destinos de obras consideradas “cartão de visita” do Ministério da Infraestrutura, o que poderia ajudá-lo.
O ministro tem marcado presença nas viagens de Bolsonaro pelo país. Nos atos de 7 de Setembro, subiu no carro de som ao lado do chefe tanto em São Paulo quanto em Brasília. No comício na Avenida Paulista, o presidente passou o microfone ao auxiliar.
– Depois de ouvir o presidente, não tem nem mais o que dizer. Vamos lutar pela nossa liberdade, pela liberdade de empreender, prosperar, de vencer – discursou Tarcísio.
Popular nas redes sociais e prestigiado pelo presidente, Tarcísio se tornou ativo importante para Bolsonaro. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, o ministro é responsável por comandar a pasta que entregou promessas da área de infraestrutura e promoveu uma série de leilões, acumulando capital político entre simpatizantes do governo.
Há meses, Bolsonaro trabalha com a ideia de que Tarcísio é o nome mais viável para derrotar um candidato lançado por João Doria (PSDB) na sucessão ao Bandeirantes – o mais cotado hoje é o vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB).
– Se ele resolver vir candidato a qualquer local, a decisão é dele, né? Mas pode ter certeza de que se ele vier candidato por São Paulo, ele nem precisa fazer campanha porque, afinal de contas, vão ser os velhos políticos contra o Tarcísio – disse Bolsonaro no fim de julho.
À reportagem, Tarcísio afirmou que quer “continuidade” e, portanto, tem como projeto a reeleição de Bolsonaro. Se conquistar uma cadeira no Parlamento, poderia se licenciar para voltar a ser ministro em 2023.
– É uma possibilidade (se licenciar de eventual mandato de senador para ser ministro). Adoraria ver isso tudo ser concretizado lá na frente. Mas sempre na lógica: o que ajuda mais o presidente, onde a gente tem que estar para caminhar junto do presidente? Quais as melhores combinações de palanque em cada um dos estados? – disse o ministro.
*AE