POLÍTICA

Agricultores familiares repudiam fala de deputada sobre zoneamento em MT

GAZETA DIGITAL – Khayo Ribeiro

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (Fetagri-MT) emitiu nota repudiando as falas da deputada estadual Janaina Riva (MDB) sobre o zoneamento. Em vídeo, no dia 4 deste mês, a parlamentar disse que as mudanças da nova normativa poderão “quebrar o estado”.

Na gravação, que tem menos de 3 minutos, a deputada defende de forma enfática que as mudanças previstas na Revisão do Zoneamento Socioeconômico e Ecológicos de Mato Grosso limitarão ainda mais as áreas disponíveis para a agriculta no estado, o que restringirá a cadeia produtiva de Mato Grosso.

“Já pensou você que está produzindo na sua terra perder a sua propriedade hoje que está plantando e se limitar só à agricultura familiar? Isso cria dificuldades no acesso ao crédito e a empréstimos também, inviabilizando completamente a produção”, apontou a deputada.

“Isso é tão grave porque além de aumentar o desemprego também vai fazer que o estado seja prejudicado na sua arrecadação e trazer queda na cadeia produtiva de Mato Grosso, ou seja, isso aqui quebra o estado”, acrescentou.

No comunicado, a Federação apontou que a deputada defendeu o avanço do desmatamento em Mato Grosso ao dizer que o “estado não precisa de mais áreas de preservação ambiental”.

Os agricultores familiares apontaram ainda que o modelo defendido no zoneamento é o responsável por 70% da produção de alimentos consumidos pela população brasileira, mesmo que a nação e Mato Grosso sejam internacionalmente reconhecidos pela agriculta de exportação.

“Queremos, portanto, reiterar nosso repúdio, não somos contra o debate, mas é inadmissível discriminar uma categoria para tentar mudar o foco do debate. Também não acreditamos que este posicionamento seja unânime pelos deputados estaduais de Mato Grosso”, defendeu a Federação.

Ao contrário do apontamento da Fetagri, a deputado disse no vídeo que já dialogou com outros parlamentares sobre o tema, afirmando que está garantido que a pauta não avançará na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

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