Antonio Augusto/SCO/STF
Além disso, Zanin também atendeu a outro pedido para unificar a investigação em um inquérito só.
Antonio Augusto/SCO/STF
Além disso, Zanin também atendeu a outro pedido para unificar a investigação em um inquérito só.
Mateus Coutinho e Aguirre Talento
DO UOL
O ministro Cristiano Zanin, do STF, autorizou que a PF passe a investigar mais um gabinete do STJ (Superior Tribunal de Justiça) no inquérito que apura o vazamento de decisões da corte e suspeitas de corrupção envolvendo servidores do tribunal.
O que aconteceu
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Decisão coloca agora quatro gabinetes do tribunal na mira da investigação da Polícia Federal. A PF encontrou mensagens de lobista comemorando decisões que teria conseguido no gabinete do ministro Paulo Moura Ribeiro e também levantou suspeita sobre um servidor que atuou lá.
Pedido foi apresentado no dia 11 de novembro e foi autorizado em 18 de novembro de 2024. Além disso, Zanin também atendeu a outro pedido para unificar a investigação em um inquérito só. Com isso, as suspeitas envolvendo os gabinetes dos ministros Og Fernandes, Isabel Gallotti e Nancy Andrighi serão investigadas em um único procedimento, junto com o gabinete de Paulo Moura. Para delegado, isso vai permitir otimizar o andamento da investigação.
Pedidos e decisão do ministro estão sob sigilo e só foram reveladas agora pelo UOL. Em novembro do ano passado a PF fez uma operação para investigar suspeitas ligadas a outros três gabinetes, sobre os quais a investigação já estava mais avançada. Na ocasião, porém, a operação não envolveu o gabinete de Moura Ribeiro.
Suspeitas da PF recaem até o momento sobre servidores e não há nenhum ministro do STJ formalmente investigado. O tribunal é o segundo na hierarquia do Poder Judiciário, ficando abaixo apenas do STF (Supremo Tribunal Federal).
PF lista mensagens de lobista com advogado sobre processos no gabinete do ministro. A suspeita é que um juiz auxiliar do gabinete de Moura Ribeiro, que era desembargador do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), poderia ser um contato do grupo no gabinete. Nos diálogos, o lobista Andreson Gonçalves e o advogado Roberto Zampieri citam que uma pessoa de nome “Gilberto” estaria “chateada” e que teria ligado para cobrar o próprio Andreson.
PF chegou ao nome de um desembargador que estava cedido ao gabinete de Paulo Moura até janeiro deste ano. Trocas de mensagens, porém, são de 2020 e desembargador só foi cedido ao STJ em 2022. Além disso, o desembargador se aposentou em 3 de janeiro. A reportagem não conseguiu contato com ele.
Delegado também lista 9 processos no gabinete de Paulo Moura Ribeiro no qual a esposa de Anderson, Mirian Ribeiro, e Roberto Zampieri atuaram. Delegado da PF Marco Bontempo afirma em pedido ao STF que Andreson compartilhou com Zampieri minutas de decisões de processos do gabinete em que sua esposa atuava como advogada. Nas mensagens, o lobista se gaba de ter “conseguido” decisões favoráveis.
FONTE : ReporterMT