POLÍCIA

Venda de precatórios a bancos: um mau negócio para o cidadão

No complexo cenário das finanças públicas, os servidores enfrentam uma difícil decisão: vender ou não seus precatórios. Essa prática, cada vez mais comum, traz consigo uma série de reflexões que merecem ser ponderadas. Em linhas gerais, a venda de precatórios consiste em transferir ao banco o direito de recebimento do valor devido pelo Estado. A vantagem? Receber, imediatamente, 50% do valor a que tem direito.

O problema? O cidadão renuncia a um direito garantido por decisão judicial e entrega de bandeja uma grande oportunidade de lucro para os bancos, já que, quando chega o momento de o Governo efetuar o pagamento integral, quem recebe é o banco. Esse mecanismo pode parecer tentador à primeira vista, sobretudo para aqueles que enfrentam dificuldades financeiras e a enorme incerteza do prazo de recebimento do valor devido. Contudo, é crucial compreender que, ao optar por essa transação, o cidadão está, na verdade, renunciando a um direito.

Em vez de garantir o recebimento integral do valor, preferem aceitar uma quantia consideravelmente menor, visando uma solução rápida. Para o Governo, nada muda; para o cidadão, prejuízo financeiro. E os bancos, que sequer deveriam fazer parte desta equação, saem como grande vitoriosos nessa matemática. A CNSP, há muito, tem liderado uma luta incansável pela aceleração do pagamento dos precatórios. Essa batalha não é apenas uma questão de direitos, mas também de justiça e equidade, já que muitos dos credores, lamentavelmente, faleceram antes de poderem ver seus direitos assegurados.

É inadmissível que milhares de cidadãos se vejam obrigados a abrir mão de seus créditos devido à morosidade do sistema! Portanto, é imperativo que os brasileiros resistam à tentação de vender seus precatórios. A luta continua, e a CNSP está na linha de frente, sempre batalhando pelos direitos dos cidadãos brasileiros.

Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos

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FONTE : ReporterMT

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