POLÍCIA

Tomada de decisão: viés da restrospectiva

O “viés da retrospectiva”, elucidado por Daniel Kahneman em seu livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, refere-se à tendência de acreditar, após um evento ter ocorrido, que era previsível, mesmo que houvesse poucas ou nenhuma indicação disso à priori.

No serviço público, esse viés pode ser ilustrado quando uma política ou programa não atinge seus objetivos. Com o conhecimento do resultado, coordenadores ou gestores podem pensar: “Eu sabia que isso não daria certo”. Contudo, essa suposta previsibilidade só é acessível devido ao conhecimento do resultado posterior.

Outro exemplo pode ser observado na implementação de um novo sistema ou tecnologia no serviço público. Se ocorrerem problemas ou falhas, é comum ouvir comentários do tipo “Eu sabia que isso aconteceria” ou “Eu disse que precisávamos de mais tempo para testar”. Esse é o viés da retrospectiva em ação, pois antes da implementação, essas falhas eram apenas potenciais e não definitivas.

O viés da retrospectiva pode levar a falhas na aprendizagem e na melhoria contínua, pois a suposição de que o resultado poderia ter sido previsto pode impedir um exame adequado do que realmente deu errado e do que poderia ter sido feito de maneira diferente. No dia a dia, esse viés pode ser mitigado reconhecendo a complexidade das situações, aceitando a incerteza dos resultados e promovendo um ambiente seguro para discussão e aprendizagem com os erros.

Thiago Vinicius Pinheiro da Silva é Secretário Adjunto de Administração Sistêmica da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso.
Instagram @thiago.pinheiro05 e Blog: https://nuncapara.com/

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FONTE : ReporterMT

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