Antonio Augusto/MPF
Ministro negou pedido de viúva de advogado morto em Cuiabá.
APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa de Adriana Ribeiro Garcia Bernardes Zampieri, viúva do advogado Roberto Zampieri, para reaver o aparelho celular do marido. A decisão foi proferida na sexta-feira (02).
Roberto Zampieri foi morto a tiros em 5 de dezembro de 2023, quando saia de seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. O aparelho celular dele foi entregue para a polícia, que fez a extração dos dados.
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As informações do telefone foram parar na Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determinou o afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por suposto esquema de venda de sentenças.
No dia 24 de junho deste ano, o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, chegou a determinar a devolução do aparelho para a viúva, mas voltou atrás no dia 27 daquele mês. O magistrado acolheu pedido do Ministério Público, que alegou que a investigação policial ainda estava em curso e que poderia ser necessária mais alguma perícia no aparelho.
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Conforme a Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, Zampieri teve a morte encomendada pelo fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo que temia que a proximidade do advogado com um desembargador pudesse afetar uma ação judicial que tratava da disputa de uma propriedade avaliada em R$ 100 milhões na cidade de Paranatinga.
O irmão de Aníbal perdeu parte das terras em uma outra disputa judicial da qual Zampieri fazia parte, o que teria despertado em Aníbal o medo de também ser derrotado na Justiça.
O fazendeiro chegou a ser preso no dia 11 de março deste ano, mas foi colocado em liberdade por determinação da Justiça no mesmo dia. Na época, a defesa do fazendeiro alegou que as provas contra ele eram frágeis, além de se tratar de um homem idoso e que possui comorbidades que demandam cuidados especiais.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público de Mato Grosso já havia apresentado denúncia contra Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas por homicídio triplamente qualificado. Eles passaram por audiência de instrução e seguem presos no aguardo do julgamento.
FONTE : ReporterMT