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Dr. Laerte Basso é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Endometriose e da Sociedade Européia de Endometriose e Doenças do Útero, e integra a equipe multidisciplinar do Instituto Eladium, em Cuiabá (MT)
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Dr. Laerte Basso é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Endometriose e da Sociedade Européia de Endometriose e Doenças do Útero, e integra a equipe multidisciplinar do Instituto Eladium, em Cuiabá (MT)
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a uma das condições clínicas mais comuns entre as disfunções endócrinas que afetam mulheres em idade reprodutiva, tendo sua prevalência variando de 6% a 16% dependendo da população estudada e do critério diagnóstico empregado.
As principais características clínicas dessa síndrome são a presença de hiperandrogenismo, com diferentes graus de manifestação clínica, e a anovulação crônica.
A síndrome possui muitas manifestações clínicas, laboratoriais e de imagem, que variam entre as pacientes. Confira as mais comuns:
Menstruação irregular: pode ocorrer em períodos espaçados, poucas vezes ao ano, fluxos intensos ou até mesmo a ausência dela;
– Obesidade;
– Aumento de pelos no corpo (em locais pouco comuns);
– Manchas escuras em regiões, como pescoço, entre as coxas e axilas;
– Acne: passa a aparecer por conta da maior produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas;
– Afinamento dos fios ou queda de cabelo: pode levar à calvície feminina, principalmente se a mulher tem o gene da alopecia androgenética (forma de queda de cabelos geneticamente determinada). A manifestação clínica da calvície genética desencadeada pela SOP é caracterizada pelo rareamento da coroa no couro cabeludo. Ou seja, a risca do cabelo começa a ficar mais larga, deixando o couro cabeludo cada vez mais aparente;
– Resistência à insulina;
– Dislipidemia: gorduras e colesterol elevados no sangue.
– Tolerância diminuída à glicose: o organismo tem dificuldades em metabolizar a glicose impedindo que a glicemia fique em níveis normais;
Ovário policístico (um ou ambos): aumento no tamanho e pequenos cistos na parte externa deles.
As causas da SOP ainda não são conhecidas. Porém, a principal hipótese é de que a condição tenha uma origem genética, além de uma ligação entre a doença e a resistência à insulina.
O diagnóstico e a intervenção precoce são importantes em mulheres com SOP para melhorar a qualidade de vida e bem-estar. No entanto, a maioria das pacientes são diagnosticadas depois de muito tempo sofrendo com os sintomas.
Por isso, o primeiro passo é avaliar os sintomas relatados pela mulher durante a consulta médica. Depois, podem ser solicitados exames como o ultrassom transvaginal e outros de sangue para dosagem de hormônios.
História e exame físico: muitas mulheres podem ser diagnosticadas com base no histórico clínico e exame físico. O médico analisa a menstruação irregular e sinais clínicos de hiperandrogenismo (acne e/ou queda de cabelo).
Testes hormonais para verificar se os níveis de hormônios estão adequados, podem ser solicitados exames como testosterona total e testosterona livre.
Ultrassonografia transvaginal: é realizada para determinar se os ovários têm morfologia policística.
O tratamento começa com a mudança no estilo de vida. Reeducação alimentar e exercícios para redução de peso como o primeiro passo para mulheres com sobrepeso e obesidade associada à SOP. Depois disso, o tratamento inclui o uso de medicamentos para controle da produção de hormônios masculinos, podendo seguir caminhos diferentes para as mulheres que querem engravidar e para as que não querem:
– Mulheres que pretendem engravidar:
– Medicamentos para indução da ovulação;
– Terapia com hormônios que estimulam a produção de progesterona pelos ovários;
– Cirurgia laparoscópica e fertilização in vitro, técnica que consiste em coletar óvulos diretamente dos ovários.
Mulheres que não pretendem engravidar:
Contraceptivos orais combinados de estrogênio-progesterona (COCs) como terapia de proteção ao endométrio e disfunção ovulatória.
Para mulheres com SOP, que optam por não tomar COCs, os tratamentos alternativos para proteção endometrial são a terapia de progestina intermitente ou contínua, ou um dispositivo intrauterino (DIU) liberador de progestina, além do monitoramento para confirmar que os ciclos ovulatórios foram estabelecidos.
Dr. Laerte Basso é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Endometriose e da Sociedade Européia de Endometriose e Doenças do Útero, e integra a equipe multidisciplinar do Instituto Eladium, em Cuiabá (MT)
FONTE : ReporterMT