POLÍCIA

Sequestradores de pai do prefeito de Jangada queriam R$ 7 milhões de recursos destinados ao município

APARECIDO CARMO

DO REPÓRTERMT

A polícia acredita que o sequestro do pai do prefeito de Jangada, em outubro do ano passado, tenha sido motivado pelo recebimento de uma emenda parlamentar de R$ 28 milhões para o município destinada pelo senador Carlos Fávaro (PSD), que também é ministro da Agricultura. Conforme o delegado Antenor Pimentel, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), os criminosos queriam pelo menos R$ 7 milhões desse montante.

Edson Joel Meira, de 57 anos, foi sequestrado na madrugada do dia 22 de outubro de 2023, na propriedade que possui na cidade de Nossa Senhora do Livramento. Os criminosos estavam armados e amarraram todos que estavam no local e ficaram no aguardo da chegada da vítima, que não estava na fazenda no momento da invasão. Eles tinham uma foto de Edson para facilitar a identificação do alvo. Quando chegou, ele foi rendido, dopado e levado para um cativeiro.

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Em agosto do ano passado, o RepórterMT noticiou em primeira mão que o ministro Carlos Fávaro havia retornado temporariamente ao Senado para fazer a destinação dos recursos das emendas parlamentares. Os valores incluíam duas transferências, na modalidade PIX, para a Prefeitura de Jangada: a primeira foi feita em julho de 2023, no valor de R$ 28,7 milhões; o último, feito no mês seguinte, previa a transferência de mais R$ 22,9 milhões, totalizando R$ 51,6 milhões.

“Em meados dessa época (do crime), se você pesquisar na internet, (a Prefeitura) recebeu uma emenda de R$ 28 milhões, federal. Então eles miravam nessa emenda”, explicou o delegado Pimentel.

Segundo o delegado, a polícia conseguiu confirmar com os investigados que o objetivo do crime era ter acesso a parte desse dinheiro, o que só seria possível se o prefeito, Rogério Meira (PSD), retirasse o dinheiro dos cofres da Prefeitura e entregasse aos sequestradores, o que não chegou a acontecer, já que Edson conseguiu fugir do cativeiro e buscar ajuda poucas horas após o crime.

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Conforme a investigação, o líder do bando é um preso da Penitenciária Central do Estado (PCE), que buscou ajuda com um comparsa do lado de fora da cadeia para montar o grupo que seria responsável pela prática do crime.

“O crime foi compartimentado, nem todo mundo sabia o que ia acontecer. Então, o líder do crime é um presidiário da PCE, o principal articulador. Alguns têm destaque, então temos lá o presidiário, que entrou em contato com uma pessoa fora que ficou de organizar a parte de logística. Essa pessoa da parte de logística conseguiu a pessoa do cativeiro”, explicou o delegado.

Essa pessoa que forneceu o cativeiro foi o responsável por recrutar outras três pessoas e, juntas, executaram o crime. Ainda haviam os negociadores e os conteiros, isto é, quem empresta a conta para o recebimento do valor. Ao todo, 12 bandidos teriam participado da ação criminosa, cada um com uma função específica.

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Foi observado pela polícia, durante a investigação, que o grupo tinha a “malícia” de tomar medidas para se precaver, inclusive trocando de carro durante a ação criminosa para diminuir as chances de serem localizados.

Oito investigados estavam presos temporariamente desde abril deste ano, quando foi deflagrada a primeira fase da operação. Nessa terça-feira (21), essas prisões foram convertidas em preventivas. Outros dois mandados foram expedidos, mas os alvos não foram localizados pelos policiais.

FONTE : ReporterMT

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