Reprodução
Sonia Mazetto – Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante
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Sonia Mazetto – Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante
SONIA MAZETTO
Por que mulheres na política? Esse é um questionamento muito discutido quando se trata de representatividade feminina no poder político, uma vez que o país possui mais da metade (51,5%) de mulheres na população. No Congresso Nacional apenas 17% das cadeiras na Câmara dos Deputados são ocupadas por mulheres e no Senado 12%. Dos 5.600 municípios do Brasil, as mulheres estão a frente de apenas 12% das prefeituras.
Destacadas pela habilidade nata de multitarefas e pela perspectiva coletiva mais desenvolvida, frequentemente nos deparamos com mulheres que ingressam na vida política sem propósito. Que aparecem uma vez e não são mais vistas e muito menos lembradas. E, aqui, trago uma questão para que cada mulher reflita profundamente sobre suas próprias motivações: por que estar na política?
Assim como ‘Alice no País das Maravilhas’, aquela que não sabe para onde ir qualquer caminho serve, a reflexão é para que as mulheres se questionem o porquê de ocupar cargos políticos. Se a motivação for apenas pessoal, como realizar um sonho, isso pode resultar em uma atuação sem propósito claro, semelhante a muitos políticos que hoje não representam adequadamente a população.
Portanto, é fundamental que as mulheres saibam qual é sua visão e objetivo ao ingressar na política. A motivação deve ir além do pessoal, buscando melhorias coletivas, como saúde, educação, segurança e conforto para a comunidade, por meio de leis e políticas públicas que discutam planejamento e urbanismo, habitação, empreendedorismo e empregabilidade. Entrar na política por amizade ou conveniência familiar não é suficiente; é preciso ter um propósito firme e direcionado.
Hoje, nota-se um movimento crescente de mulheres interessadas em política, mas é essencial que elas saibam por que estão lá. Muitas mulheres se decepcionam ao perceber que não estão preparadas para os desafios e negociações que enfrentarão. A política não deve ser um emprego; deve ser um compromisso com o bem comum.
O verdadeiro político deixa um legado, e é isso que as mulheres devem almejar ao ingressar na vida pública. Deixar um legado que beneficie a população mesmo após ter saído do cargo.
Além disso, as mulheres devem estar conscientes de suas disposições para negociação frente ao ambiente patriarcal e resistir à pressão de interesses externos que não beneficiam a população. Devem lembrar que a política é sobre servir o povo, não sobre garantir um emprego seguro. Devem estar preparadas para manter sua integridade e fazer a diferença.
Por fim, ao entrar na política, as mulheres devem estar dispostas a agir de forma significativa, mesmo que por um curto período. A qualidade do trabalho realizado é o que realmente importa, e não a permanência no cargo. A verdadeira mudança ocorre quando indivíduos comprometidos atuam com propósito e determinação.
Cada mulher deve se perguntar: por que quero estar na política? E aquelas que já estão lá, devem ponderar: por que estou aqui? Essas reflexões serão essenciais para garantir que a atuação política seja eficaz e genuinamente voltada para o bem-estar da comunidade.
A primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra na Europa, Margareth Thatcher, marcou a história pelas transformações econômicas profundas e seu forte estilo de liderar, que lhe rendeu o apelido de “Dama de Ferro”. Encerro aqui com uma das memoráveis e inspiradoras frases de Thatcher:
“Eu entrei no governo com um objetivo: transformar o país, de uma sociedade dependente em uma sociedade autoconfiante, de uma nação dê-para-mim em uma nação faça-você-mesmo.”
Sonia Mazetto – Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante
FONTE : ReporterMT