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A apresentação da cantora estava prevista para 05 de maio, último dia do evento, que tem início previsto para o dia 02 de maio.
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A apresentação da cantora estava prevista para 05 de maio, último dia do evento, que tem início previsto para o dia 02 de maio.
DO REPÓRTER MT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu a suspensão do contrato firmado entre o Município de Ribeirão Cascalheira (distante a 772km de Cuiabá), com a cantora Manu Bahtidão, uma das atrações artísticas da 9ª Queima do Alho. O motivo é o valor do show: R$ 275 mil.
O cachê da cantora equivale a aproximadamente 74% do custo total do evento, que segundo o Controle Interno do Município é de R$ 372 mil. Além disso, o valor do cachê seria exclusivo para a cantora, não incluindo despesas do ECAD, hotel e alimentação para 25 integrantes da banda, veículo de luxo blindado, vans para translado, camarins, trabalhadores para carga e descarga de equipamentos, palco, som, iluminação e estrutura física para o show nacional.
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Para o MP, o valor do show artístico está na contramão da realidade local e da precariedade estrutural, visto que o município deixa de cumprir medidas judiciais sob o argumento de que não há verbas.
A apresentação da cantora estava prevista para 05 de maio, último dia do evento, que tem início previsto para o dia 02 de maio.
A ação na Justiça protocolada pelo Ministério Público pede também que sejam suspensos pagamentos e contratações suplementares decorrentes de equipamentos de som, iluminação e montagem de palco, bem como informar no site do Município aviso de suspensão do show artístico nacional.
Um dos argumentos do MP é que o próprio Município, em resposta aos pedidos de informação, confirmou a necessidade de retirar recursos de outras áreas e políticas públicas para custear as despesas do evento.
“Em concomitância com a realização do evento, com megaestrutura, shows nacionais, palco alternativo e atrações regionais, é de conhecimento notório que o Município padece de precariedade alarmante, não se mostrando proporcional e nem tampouco moral a realização de eventos desta magnitude quando o Município não oferece direitos básicos à população”, defendeu a promotora de Justiça substituta Bruna Caroline de Almeida Affornalli.
A representante do MPMT argumenta que há “desproporcionalidade entre as ações prioritárias no município e o show artístico, desrespeito de diversas obrigações básicas”. Ela listou 11 itens que demonstram a falta de compromisso do Município, entre eles ausência de água tratada e rede de esgoto, irregularidades na prestação de transporte escolar para crianças e adolescentes e descumprimento de ordens judiciais quanto à disponibilização de vagas de creche para alunos do Distrito de Novo Paraíso.
A promotora de Justiça apontou a falta de planejamento nas despesas gerais do evento, a partir da análise de contratos administrativos relativos ao gasto total de recursos públicos, especificando os valores de contratação dos shows dos outros artistas: Mário e Thizil, Wender e Falcão, Léo Reis e Bruno, Jiraya Uai, Thiago e Jhonatan e Lúcia Ribeiro e Rodrigo Mota.
O custo dos demais shows juntos totaliza R$ R$ 13 mil e não ficou comprovada documentalmente a existência de recursos disponíveis para essas despesas. Por essa razão, a Promotoria de Justiça de Ribeirão Cascalheira pede a devolução dos valores pagos referentes ao contrato n. 07/2024, quanto à contratação da artista Manu Bahtidão, no valor de 275 mil.
FONTE : ReporterMT