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Edmirson Pereira Campos, 55, motorista denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pelo acidente que resultou na morte de 8 pessoas na BR-163, em Vera (458 km de Cuiabá) no ano passado, apresenta um histórico de ameaças e violência doméstica. Além disso, documento do MP relata turno exaustivo, com 121h de trabalho e intervalo de apenas 30 minutos. Passageiros relataram nervosismo e desequilíbrio do condutor.
De acordo com o documento da promotoria de Justiça, Edmirson já havia sido denunciado anteriormente por sua ex-esposa por violência doméstica, o que evidencia seu comportamento. Segundo o boletim de ocorrência, a ex-companheira do acusado relatou que ele não aceitava o término do relacionamento de 26 anos. As duas décadas foram de agressividade, proibição ter amigas, além de não permitir que ela frequentasse a igreja.
Comportamento rude do motorista também foi observado pelas vítimas do acidente, que registraram boletins de ocorrência destacando a forma grosseira com que o funcionário da empresa Itamarati tratou os passageiros durante a viagem. O veículo saiu de Cuiabá às 22h do dia 16 de maio de 2022 com destino a Sinop (500 km de Cuiabá).
Uma das vítimas fez um B.O. ressaltando como os passageiros estavam apavorados devido à maneira imprudente com que o motorista conduzia o ônibus em alta velocidade. O veículo, que tinha dois andares, balançava muito devido às ultrapassagens. Além disso, Edmirson estava extremamente estressado com a empresa para a qual trabalhava, o que o levava a proferir palavras de baixo calão.
“O motorista estava muito estressado, proferindo palavras de baixo calão, e utilizando o telefone celular enquanto conduzia o veículo. Cita ainda que o motorista dirigia em alta velocidade ultrapassando veículos e caminhões e, por estar na parte de cima do veículo, pois era de dois andares, o ônibus ‘balançava muito’ nas ultrapassagens e que todos os passageiros do ônibus estavam amedrontados, mas que pelo fato do motorista estar muito estressado e estar proferindo palavrões, não chamaram a atenção do mesmo de forma que dirigisse com prudência”, diz o documento.
Ainda conforme o documento do MP, um dos motivos do estresse de Edmirson seria as horas incansáveis de trabalho sem tempo para descanso, além do problema apresentado pelo ônibus que quebrou durante o trajeto. Outra vítima pediu ao motorista para almoçar em Sorriso (420 km de Cuiabá), mas o funcionário se negou a realizar a parada, pois alegava estar muito cansado: “Só vou almoçar em Sinop, pois vou chegar lá, soltar o ônibus e vou dormir, pois já não estou aguentando mais de sono”, disse o motorista à vítima.
Ao todo, 20 passageiros ficaram feridos no acidente e 8 morreram no local ou no hospital. O motorista perdeu o braço esquerdo.
Denúncia ainda não foi avaliada pelo Judiciário.