DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
O governador Mauro Mendes (União) revelou na manhã desta sexta-feira (27) que deu um “puxão de orelha” no secretário de Segurança Pública do Estado, Cesar Roveri, pelo fato de criminosos na Penitenciária Central do Estado (PCE) terem acesso a aparelhos celulares e, de dentro das celas, ordenarem e assistirem execuções em Mato Grosso.
“Olha, eu confesso a vocês que eu dei uma dura no secretário e eles vão ter que mexer o corpinho deles. Terão que tomar atitudes diferentes”, declarou à imprensa.
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A declaração foi feita dias após as irmãs Rayane Alves Porto, de 25 anos, e Rithiele Alves Porto, de 28 anos, serem sequestradas, torturadas e brutalmente assassinadas a golpes de faca na cidade de Porto Esperidião, após serem confundidas com integrantes de uma facção rival a que atua no estado.
De acordo com as investigações realizadas pela Polícia Civil, a ordem para o duplo homicídio partiu de dentro da penitenciária e foi emanada por um dos líderes de uma organização criminosa. A informação é que ele também teria acompanhado, por meio de videochamada, todo o crime.
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Em outra entrevista, dada esta semana, Mauro se mostrou muito irritado com essa situação e lembrou dos investimentos realizados na PCE, que conta com uma ala de segurança máxima e ainda com um equipamento que bloqueia -ou deveria- o sinal telefônico dentro da unidade.
O governador também voltou a culpar as leis brasileiras que, por meio de suas brechas, permitem o avanço da criminalidade e a corrupção de agentes públicos.
“Estou muito irritado porque fiz um investimento enorme na penitenciária e, recentemente, chamei Roveri para prestar contas. Perguntei como um presídio modernizado, que recebe tantos elogios, ainda permite a entrada de celulares. A lei é muito branda. Quando um servidor público facilita a entrada de um celular, demiti-lo é um processo extremamente demorado devido à legislação brasileira”, afirmou.
“O crime organizado está crescendo em todo o Brasil. Recentemente, em um evento em São Paulo, ouvi governadores como Caiado e Tarcísio, que são brilhantes, dizerem que a sensação de segurança está piorando e as facções estão crescendo. Se analisarmos as estatísticas dos últimos 40 anos, todas pioraram. O Brasil é muito violento. Nos acostumamos a conviver com alguns problemas. De vez em quando, um assassinato choca, mas após três dias parece que tudo volta ao normal”, concluiu o governador.
Uma investigação interna foi instaurada pela Sesp na PCE. Até agora, mais de 15 pessoas foram presas por envolvimento nos assassinatos. O caso segue em apuração.
FONTE : ReporterMT