Ton Molina/Estadão Conteúdo
Plenário da Câmara dos Deputados durante votação relativa ao arcabouço fiscal
Ton Molina/Estadão Conteúdo
Plenário da Câmara dos Deputados durante votação relativa ao arcabouço fiscal
Eduardo Militão, Igor Mello e Ruben Berta
DO UOL
O governo Lula (PT) injetou nesta semana pela primeira vez mais de R$ 1,3 bilhão em órgãos sob a influência do centrão em estratégia semelhante à utilizada pela gestão Bolsonaro (PL) em troca de apoio político.
O governo Lula usou pela primeira vez projetos de lei para aumentar o volume de recursos direcionados sem transparência por deputados e senadores a obras e compras de equipamentos em seus redutos eleitorais. De autoria da atual gestão, os textos que remanejaram mais de R$ 1,3 bilhão para áreas sob controle do centrão foram aprovados nesta semana no Congresso Nacional.
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O UOL mostrou que o governo Bolsonaro lançou mão da mesma estratégia para driblar vetos do STF (Supremo Tribunal Federal) ao orçamento secreto (emendas parlamentares de autoria desconhecida). Com isso, a gestão Bolsonaro engordou os cofres do Ministério da Defesa, que distribuiu R$ 1 bilhão a 24 parlamentares nos anos de 2021 e 2022.
Nos bastidores. Os projetos de lei que direcionaram recursos extras a órgãos sob controle do centrão foram elaborados pelo governo Lula para atender a demandas de parlamentares negociadas sem conhecimento público, segundo fontes do Congresso e do governo relataram ao UOL.
Os trâmites começaram em agosto em meio a votações importantes como a reforma tributária e o arcabouço fiscal. Logo após a Câmara aprovar o arcabouço, em 22 de agosto, três ministérios (Integração e Desenvolvimento Regional, Defesa e Agricultura) pediram R$ 760 milhões para turbinar os órgãos sob influência do centrão nos dias 23 e 24.
O UOL apurou que os recursos remanejados fazem parte dos R$ 9,8 bilhões do extinto orçamento secreto —os valores passaram para os cofres dos ministérios neste ano com a promessa de serem pagos de forma transparente e com critérios técnicos bem definidos.
Os órgãos que mais ganharam recursos foram a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), preferidos pelo centrão por pagarem com mais rapidez e menos controle.
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FONTE : ReporterMT