Mayke Toscano/Secom-MT
Mauro Mendes rebateu o líder indígena
FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O governador Mauro Mendes (União Brasil) rebateu o cacique Raoni Metuktire, líder indígena da etnia kayapó, que pediu ao presidente Lula (PT) para que não aprove a construção da ferrovia Ferrogrão, rodovia que liga Mato Grosso ao Pará.
“Com todo respeito ao meu amigo Raoni, mas ele está repetindo uma frase lá do Macron, porque aos franceses interessa muito que nós continuemos a transportar toda nossa soja, nossos grãos, nossos alimentos, pelo modelo de transporte mais ineficiente que existe no mundo em longa distância, que é o rodoviário”, disse Mauro.
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“Agora, nós estamos no Brasil para atender ao interesse dos franceses ou para atender os interesses dos brasileiros? A resposta é óbvia”, completou o governador em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (27).
O pedido de Raoni ao presidente foi feito durante agenda com o presidente da França, Emmanuel Macron, na terça-feira (26), em Belém, no Pará.
Caso a Ferrogrão saia do papel, ela terá 933 quilômetros de extensão e conectará a região produtora de grãos do Mato Grosso, a partir de Sinop, ao estado do Pará, desembocando no porto de Miritituba, em Itaituba.
Essa ferrovia ficaria responsável pelo escoamento de mais de 50% da exportação de grãos de Mato Grosso (22% de todo o grão exportado do Brasil), proporcionando uma redução de R$ 50 por tonelada no frete do escoamento de grãos produzidos no estado.
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Críticas e interesses
Para o governador, muitos são contrários a Ferrogrão, por causa de interesses de competividade, como é o caso da França. O presidente do país francês já declarou que comprar soja brasileira seria “endossar o desmatamento”.
“O mundo conhece os problemas que a França enfrenta na produção de alimentos. É uma cultura obsoleta, ineficiente, de baixa escala, que não consegue competir com a América Latina, principalmente com o Brasil. A única forma que eles têm encontrado para estabelecer a reserva de mercado, é transvestir as barreiras comerciais em barreiras ambientais. O mundo não é bobo e já percebeu isso, muitos países na Europa já perceberam”, pontuou Mauro.
FONTE : ReporterMT