POLÍCIA

Ao Fantástico, mãe de adolescente cobra condenação dos pais de atiradora

Fonte: Folha Max

O caso Isabele Ramos, adolescente de 14 anos que foi morta pela melhor amiga num condomínio de luxo no condomínio Alphaville em Cuiabá, voltou a ser destaque no Fantástico (Rede Globo). Desta vez, o programa repercutiu a condenação a 3 anos de internação socioeducativa da adolescente que efetuou o disparo contra a vítima. A garota já cumpre a medida socioeducativa no Lar Menina Moça.

A reportagem listou que a sentença da juíza Cristiane Padin, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, destacou os 10 laudos técnicos que comprovariam que o disparo contra Isabele foi intencional e justifica a condenação por ato infracional equivalente a homicídio doloso. “Destacou o tiro a curta distância, surpresa da vítima, arma empunhada na altura do rosto e que a atiradora estava dentro do banheiro e entendeu que o ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso foi qualificado”, afirma a reportagem.

Além disso, apontou que a adolescente autora do disparo não se manifestou na fase de instrução processual. “Para a Justiça, a versão dela narra uma dinâmica diferente do que revelaram as perícias”, diz a reportagem.

PARTICIPAÇÃO DOS PAIS

O Fantástico também destacou a participação dos pais da adolescente que efetuou o disparo no crime. A primeira delas foi a alteração da cena do crime, começando pela ligação ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em que o empresário Marcelo Cestari não afirma que Isabele havia sido baleada na cabeça. Na ligação, ele afirmava que ela tinha caído no banheiro e batido a cabeça.

De acordo com o promotor Milton Pereira Melquíades afirmou que os pais respondem por homicídio culposo, alteração da cena do crime, fraude processual e entrega de arma a menor.

Para a defesa de Isabele Ramos, a conduta dos pais foi determinante para o crime. Segundo o advogado Hélio Nishyiama o comportamento deles, em cultuar a utilização de armas culminou com a morte da adolescente naquele 12 de julho de 2020. “A adolescente não matou Isabele sozinha. A infratora teve acesso a arma de fogo por conta da negligência de seus pais. Foram os pais inseriram a filha num ambiente hostil, um ambiente letal”, falou.

A mãe de Isabele, a empresária Patrícia Ramos, afirmou que a condenção dos pais da adolescente é a próxima batalha. “Essa batalha ainda não encerrou aqui, eu sei que ainda tem a condenação dos pais”, assinalou a mãe de Isabele, que afirmou que teve um “suspiro profundo, mas carregado de dor e angústia”, ao saber da condenação da atiradora.

Porém, a defesa da família Cestari negou essa conduta por parte dos pais. “Não há nos autos qualquer prova, nenhum vídeo, de que arma circulava naquela casa livremente, ou de que eles tiraram objetos do local para perturbar a instrução processual”, afirmou o advogado Artur Osti.

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