“Além de trazer à vida uma demanda importante para a cidade, nós estamos trazendo um debate com relação ao uso da tecnologia, ao uso da inteligência artificial, para aprimorar a qualidade do serviço público no Brasil”, disse à AFP Ramiro Rosário, de 37 anos, que se define como um “curioso” da tecnologia.
Sem informar a seus colegas, o vereador queria “testar a condição técnica da IA de poder tramitar dentro da câmara de vereadores […] e ser sancionado”, explicou.
O presidente da Câmara Municipal, o pastor evangélico Hamilton Sossmeier (PTB), disse ao site de notícias g1 que “não tem nada que proíba” o uso de inteligência artificial, mas que “é um precedente perigoso” e “acendeu uma luz de alerta”.
Com seu “experimento”, Ramiro testou o uso do ChatGPT, da empresa americana OpenAI, em seu trabalho legislativo, ao pedir à ferramenta que elaborasse um projeto municipal para a cidade gaúcha sobre a proibição de cobrar do proprietário de um imóvel o custo do medidor de água em caso de furto do aparelho.
Em questão de segundos, o pedido deu origem a um texto com oito artigos e justificativas, além de adicionar um prazo (não requerido) para a substituição do medidor, entre outros pontos.
O vereador também usou a ferramenta para edições e ajustes formais no texto, que finalmente foi incluído em uma lei de 1987.
noticia por : UOL