A minha sorte é que eu tenho um emprego formal, no qual eu tive dias para poder me ausentar. Sei que tem muita gente que teve o seu negócio afetado e que o seu emprego não existe mais. Então, nesse comparativo, eu ainda acho que estou no lucro, porque chega dia 30 e eu recebo o meu salário direitinho. Luiza Moron, moradora do bairro Cidade Baixa
Em relação a como pretende reparar as perdas que teve, Luiza afirma: “Eu vou alugar um lugar que é semi-mobiliado para eu não ter que comprar tudo agora e conseguir juntar dinheiro para ter minhas coisas até o final do ano”. Ela afirma ainda que tinha uma pequena reserva financeira e pôde contar com a ajuda de amigos e familiares.
“Teve gente que me mandou dinheiro porque, para ficar fora da tua casa, bem ou mal, tu precisa de dinheiro para te locomover, para comer (…). E eu vou precisar de dinheiro para entregar o apartamento e fazer a minha mudança. Então, tudo é dinheiro, né?”, conclui.
Para limpar o apartamento, Luiza precisou de mais de uma semana de faxina com a ajuda de amigos e de Gema Rosa Garrido, 54, que presta serviços de diarista e é moradora de Canoas, um dos municípios mais atingidos pelas chuvas na região metropolitana de Porto Alegre.
Imigrante chilena que vive há 13 anos no Rio Grande do Sul, Gema teve a casa onde vivia com a filha Rócio, 19, e dois animais de estimação, completamente invadida pelas enchentes.
‘Quem manda é o dinheiro’
Hoje, minha casa não parece mais casa. (…) Está horrível, horrível, horrível. Estou falando com você dentro dela e vendo tudo revirado, sujo, com lama, com fungo. Tenho muito trabalho a fazer. Gema Rosa Garrido, moradora do bairro Rio Branco, em Canoas
noticia por : UOL