Como os dinos extinguiram-se, é maliciosa qualquer suposição de que tenham deixado descendência nos Estados Unidos, mas Donald Trump piscou.
Depois de ter abalado as economias mundiais, ele anunciou uma moratória em parte do seu tarifaço. Como a iniciativa partiu de poucas cabeças humanas socorridas por aplicativos de inteligência artificial, o doutor taxou até ilhas de pinguins.
Mais calmo, ouviu seu secretário do Comércio e o ronco das bolsas. Ao seu estilo, no mesmo dia em que recuou, tratou da vazão dos chuveiros americanos, que o obrigam a gastar 15 minutos para molhar seus “lindos cabelos”. Pura gabolice. Nem ele tem tantos cabelos, nem os chuveiros são tão avarentos. No entanto, conseguiu que se perdesse tempo falando nisso.
Trump adora falar e faz o que lhe vem à cabeça. Como não há remédio para moderar suas ideias, vale a pena lembrar que em dois momentos os Estados Unidos descarrilaram pelo que os maganos diziam, seguindo o estilo da marquetagem.
Depois do crash da Bolsa de 1929, com o presidente americano Herbert Hoover. Em dezembro, quando a Bolsa de Nova York tinha perdido boa parte do seu valor, ele disse que as coisas haviam “voltado ao normal”. Em maio de 1930 anunciou que “o pior já passou”.
Até então, ele havia feito mais coisas certas do que erradas. Em junho Hoover assinou a lei do Congresso que elevou as tarifas de importação a patamares nunca vistos e agravou a crise. No caminho, pespegaram-lhe uma frase de que a prosperidade estava próxima. Ele perdeu a eleição e, sendo um homem capaz, passou por irredutível.
Anos depois, em 1968, o comandante das tropas americanas no Vietnã, general William Westmoreland, sabia que os vietcongues e o Norte comunista preparavam uma ofensiva, menosprezou-a e ela veio em janeiro. Do ponto de vista militar, custou caro aos comunistas. A pavonice general alimentou a ideia de que os americanos haviam sido batidos e a estrela de Westmoreland apagou-se.
Israel encrenca
O governo brasileiro ainda não concedeu o agrément ao diplomata Gali Dagan, pedido em janeiro. De Tel Aviv sopram rumores que essa demora pode se transformar numa nova lombada nas relações entre os dois países.
Quando um governo demora para conceder um agrément, isso significa que gostaria de receber outra indicação. Não se discutem os motivos, apenas aponta-se outro nome.
A África do Sul demorou para conceder o agrément do pastor Marcelo Crivella como embaixador brasileiro. Apesar de uma gestão impertinente do então presidente Jair Bolsonaro, o Brasil mandou outro nome.
Encrenqueiro não é quem não dá agrément, é quem reclama.
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noticia por : UOL