Entretanto, a matemática legislativa impõe obstáculos significativos. No Senado, mesmo com 53 cadeiras republicanas, a minoria democrata ainda pode usar o “filibuster” para obstruir legislações controversas. Para superar essa obstrução, são necessários 60 votos – um número que exigirá apoio bipartidário significativo. Algumas medidas poderão passar via “reconciliação orçamentária” com maioria simples, mas este mecanismo é limitado a questões específicas de orçamento.
E o que esperar da nova equipe de Trump?
Olhando para o staff da nova administração Trump, a composição da equipe deve refletir uma mistura calculada de lealdade e experiência. A nomeação de Susie Wiles como primeira mulher chefe de gabinete, Tom Homan como czar da fronteira e Elise Stefanik como embaixadora na ONU sinaliza continuidade com seu primeiro mandato, mas com adaptações estratégicas. A possível inclusão de figuras como Robert F. Kennedy Jr. e Elon Musk sugere uma abordagem não convencional para desafios específicos.
No campo econômico, embora a extensão dos cortes de impostos de Trump seja provável, sua amplitude será limitada pelo contexto fiscal. A independência do Federal Reserve deve ser preservada e, com Jerome Powell permanecendo no cargo até pelo menos maio de 2026, temos um elemento de estabilidade em meio a possíveis turbulências.
Os desafios da agenda trumpista
O sucesso desta segunda administração Trump dependerá crucialmente de sua capacidade de construir pontes com a oposição ou encontrar caminhos alternativos para implementar sua agenda. Enquanto algumas mudanças poderão ser realizadas via ordens executivas – como a reversão de políticas de Biden nas áreas de energia e imigração – transformações mais profundas exigirão negociação com o Congresso.
noticia por : UOL