Presidentes de centrais sindicais que participam da Conferência Internacional do Trabalho em Genebra, na Suíça, entregaram uma denúncia à Organização Internacional do Trabalho em que acusam o governo do Paraná de realizar práticas antissindicais.
Eles listam, na representação, as atitudes tomadas pela gestão Ratinho Junior (PSD) contra greve dos professores, iniciada em 3 de junho e encerrada na noite do dia 5. O alvo do movimento era o projeto que visa entregar a administração de duzentas escolas da rede estadual para a iniciativa privada, aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná.
Entre as medidas contra a manifestação dos professores, eles mencionam ação na Justiça em que a gestão estadual pediu multa diária de R$ 100 mil do sindicato dos professores e funcionários de escolas e também a prisão da presidente da instituição, Walkiria Mazeto, por suposta desobediência a uma liminar que tratava da greve.
Eles também citam a utilização de dados internos da secretaria de Educação para enviar vídeo contra a greve para pais e responsáveis por alunos das escolas públicas. O conteúdo do vídeo critica o sindicato e fala de manifestações “partidárias e violentas” que colocariam “seu filho em risco”.
Segundo a representação, assinada por CUT, CSB, CTB e Força Sindical, a gestão paranaense não respeitou o direito à greve, colocou em risco a continuidade de funcionamento do sindicato por meio do pedido de multas elevadas e ameaçou a liberdade individual da dirigente sindical.
Após avaliação de admissibilidade da queixa, a OIT pode abrir investigação sobre o ocorrido.
Em manifestações a respeito do tema, Ratinho Junior disse que a greve foi decretada ilegal pela Justiça, teve baixíssima adesão e que os sindicalistas estavam produzindo fake news sobre os projetos. Sobre o projeto de lei, disse que as mudanças propostas por ele já existem em outros países e ajudam os diretores e terem mais liberdade para trabalhar.
O governo paranaense também fez críticas ao sindicato devido a protesto que terminou em confusão em 3 de junho. A multidão que participava da manifestação forçou a entrada no prédio do Legislativo e foi recebida com bombas de gás lacrimogêneo. Cinco pessoas tiveram ferimentos leves, incluindo dois policiais militares que faziam a segurança do local.
A procuradora do estado, Mariana Carvalho Waihrich, chamou a mobilização dos professores de “atos antidemocráticos e terrorismo”.
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noticia por : UOL