Sob Tarcísio de Freitas, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo adotou a lógica do bolsonarismo. Invoca a selvageria do bandido para justificar a selvageria policial. Combate o fogo da bandidagem com mais fogo. Logo, logo tudo o que restará da reputação da Polícia Militar paulista serão cinzas.
Segundo o Gaesp, grupo do Ministério Público estadual que monitora a atividade da polícia, a PM de Tarcísio matou 760 pessoas em 2024. Em 2023, os cadáveres foram contados em 460. Quer dizer: entre o primeiro e o segundo ano da gestão de Tarcísio, a letalidade policial registrou um salto de 65%. Em 2022, antes da troca de guarda no Palácio dos Bandeirantes, a PM matara 396 pessoas.
Num mundo lógico, a sociedade deveria perceber que autorizar a polícia a executar o ladrão transforma cidadão em cúmplice. Os fins supostamente práticos não justificam os meios truculentos, pois está estatisticamente provado que a política do olho por olho não tem poder de dissuasão. Ao contrário, potencializa a barbárie.
noticia por : UOL