Uma carona em viatura da Polícia Militar de São Paulo durante horário de expediente à esposa do deputado federal Mario Frias (PL-SP), Juliana Frias, colocou o capitão Alexandre Gonçalves como alvo de inquérito pela corregedoria da corporação e de denúncia por prevaricação por parte do Ministério Público estadual no ano passado. Ele foi absolvido pelo Tribunal de Justiça Militar.
Em 30 de março de 2023, o veículo de Gonçalves deslocou-se do centro de São Paulo, onde estava sendo utilizado para trabalho, até o Palácio dos Bandeirantes, onde apanhou Juliana e uma acompanhante e as levou até o aeroporto de Congonhas.
Hoje o policial se encontra no Presídio Militar Romão Gomes por motivo diverso. Ele foi preso pela corregedoria da PM em apoio a operação deflagrada pelo Gaeco (grupo especial de combate ao crime organizado do Ministério Público de São Paulo) cinco meses após a carona.
O governo de São Paulo e a Polícia Militar afirmam que não houve instrução ou autorização para que Gonçalves transportasse familiares do parlamentar aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Procurado, Frias não enviou resposta.
Advogado do capitão Gonçalves, Mauro da Costa Ribas afirma que seu cliente não recebeu ordem e também não dirigiu a viatura, que teria sido utilizada por outro policial nesse serviço de transfer. Ele também diz que a viatura não era empenhada no policiamento e que o serviço de escolta de dignitários é comum.
No entanto, a carona não implicou escolta. Segundo apurou o Painel, a viatura foi usada somente para o transporte de Juliana Frias e mais uma mulher, além de duas malas de viagem, que foram alocadas no compartimento do veículo onde normalmente ficam os detidos.
A esposa do deputado entrou na viatura por volta das 8h, no Palácio dos Bandeirantes —a gestão Tarcísio não respondeu à coluna se ela estava hospedada no local ou apenas fez visita.
O advogado Ribas afirma que o capitão havia trabalhado anteriormente com o parlamentar durante período de afastamento da Polícia Militar. Em sua avaliação, o Ministério Público errou ao denunciar Gonçalves por prevaricação em vez de improbidade ou desvio de função, o que, para ele, facilitou a absolvição de seu cliente pela Justiça Militar.
Em nota, a Polícia Militar afirma que Gonçalves “não agiu por determinação ou consentimento de seus comandantes”. A gestão Tarcísio, por sua vez, diz que “não houve consentimento para o uso de veículos oficiais para o traslado da esposa ou familiares do deputado federal Mario Frias”.
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noticia por : UOL