MUNDO

Pesquisas apontam (e pais concordam) que arte melhora desempenho escolar

“É um resultado novo trazido pela pesquisa”, avalia a economista Esmeralda Correa Macana, coordenadora do Observatório de Pesquisas em Educação e Cultura da Fundação Itaú. “Há décadas a importância da cultura e da arte no desempenho escolar aparece na literatura especializada. Mas a arte às vezes ainda aparece como ‘primo pobre’ das disciplinas. Não é. É positivo que esse entendimento também seja compartilhado por pais e responsáveis.”

O levantamento ouviu 2.405 pessoas de 16 a 65 anos em todas as regiões do país, presencialmente ou por telefone. Dois em cada três entrevistados têm filhos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa aferiu a opinião sobre a influência positiva das atividades culturais em três áreas da vida dos alunos: no desempenho escolar, no relacionamento em casa e no relacionamento com outras pessoas. Em todos os casos, os percentuais de concordância chegaram a pelo menos 93% dos pais.

Uma outra pergunta avaliou a importância atribuída ao acesso à cultura na construção das chamadas soft skills, habilidades comportamentais subjetivas tidas como essenciais para a vida em sociedade. Os maiores graus de concordância apareceram para a criatividade (55%), autoconhecimento (40%), empatia e cidadania (ambas com 36%).

“Novamente, o resultado diz respeito à escola”, afirma Esmeralda. “Criatividade, empatia e autogestão estão na Base Nacional Comum Curricular como competências essenciais para a educação”. Mas podem acabar sendo deixadas em segundo plano porque as avaliações atuais não dão conta de medi-las.

As pesquisas mostram, ainda, que há uma questão metodológica a considerar. Costuma ser contraproducente tentar “ensinar” criatividade, por exemplo, em uma disciplina específica, com giz, lousa, livro didático etc. O que se sabe hoje é que esse tipo de competência leva tempo para ser desenvolvido e se reforça por outras formas mais sutis, típicas da educação informal: o exemplo, a construção de repertório, a capacidade de tecer ligações entre diferentes áreas e mesmo a habilidade para jogar e brincar. “Por isso, a recomendação é tratar o assunto de forma transversal em todas as disciplinas, o que pede um difícil esforço conjunto de toda a comunidade escolar”, finaliza Esmeralda.

noticia por : UOL

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