(Reuters) – O papa Francisco se reuniu nesta segunda-feira com o general Mark Milley, chefe do Estado Maior Conjunto dos Estados Unidos, para conversar no Vaticano sobre a guerra da Ucrânia e possíveis caminhos para a paz na região. Milley é católico e disse a repórteres depois do encontro privado que a audiência significou muito para ele, de acordo com palavras de seu porta-voz, coronel Dave Butler. O militar, que está visitando vários países europeus, afirmou que o papa está muito preocupado com as vidas perdidas na Ucrânia, principalmente as de civis. A Rússia invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022. Milley criticou duramente os russos pela “campanha de terror” contra civis ucranianos, inclusive com o estabelecimento de infraestruturas civis como alvos na sua tática de guerra. Milley defende fortemente o direito da Ucrânia de se defender e apoiou o envio de bilhões de dólares em armas para Kiev. O pontífice condenou o comércio internacional de armas, mas afirmou no ano passado que era moralmente legítimo que países fornecessem armamentos à Ucrânia para que ela se defendesse da agressão russa. Como de costume nas audiências particulares do papa, o Vaticano publicou o encontro na agenda oficial do pontífice, porém sem dar detalhes do que foi debatido. Milley é general de quatro estrelas e vai se aposentar neste ano. Em novembro, ele afirmou que não acredita na vitória das forças ucranianas no curto prazo, reforçando que uma solução política é mais provável para dar fim ao conflito armado. O papa pediu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que esteja aberto ao diálogo com a Rússia, mas o político quer que o Vaticano apoie o plano de paz proposto por Kiev, que prevê o restabelecimento da integridade territorial da Ucrânia, a retirada das tropas russas e o fim das hostilidades. O papa, que está com 86 anos, mandou a Kiev, Moscou e Washington um enviado de paz: o cardeal italiano Matteo Zuppi. Mas a missão dele era discutir a ajuda humanitária necessária ao país e a repatriação de crianças ucranianas. A Ucrânia calcula que 19.500 crianças foram levadas à Rússia ou à Crimeia ocupada desde fevereiro de 2022, e que tais atos configuram deportação ilegal.Autoridades do Vaticano disseram que Zuppi vai a Pequim em breve, em busca do apoio da China. (Reportagem adicional de Phil Stewart em Washington)
noticia por : UOL