A eleição realizada no domingo (10) mandou sinais fortes de mudança ao Parlamento português, com uma já esperada guinada à direita, após oito anos de governo socialista, fragilizado pelas denúncias de corrupção, e o triunfo de um partido de extrema direita. O Chega conseguiu a façanha de quase triplicar o número de cadeiras no Parlamento português, apesar do discurso securitário, populista e discriminatório.
A direita obteve uma vitória eleitoral apertada, sem possibilidade de maioria absoluta.Os resultados não permitem que a AD forme uma maioria absoluta de pelo menos 116 deputados, mesmo se fizer uma aliança com um pequeno partido liberal que conquistou oito assentos.
O desafio iminente da direita portuguesa é correr contra o relógio e formar um novo governo, a pedido do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que deve acontecer em breve. O problema é que o segundo colocado nessas eleições, o Partido Socialista, de esquerda, já deixou claro que prefere ser oposição e que não formará uma coalizão com a direita.
A outra possibilidade, seria uma aliança com o Chega. Embora o partido de extrema direita tenha convocado um acordo com Montenegro, afirmando que Portugal quer que a direita governe, essa opção já teria sido descartada. Luís Montenegro e o PSD afirmaram publicamente durante a campanha para seus eleitores que não se alinhariam com a extrema direita do Chega. É, no mínimo, uma sinuca de bico para a direita, que conta com o apoio de partidos menores, mas não de siglas independentes como a Iniciativa Liberal e o Livre.
Próximas etapas
Se não houver pedidos de recontagens, até o dia 15 de março o presidente Marcelo Rebelo de Sousa pode ouvir os partidos eleitos antes da publicação da ata oficial dos resultados, ou indicar diretamente o primeiro-ministro, o que parece ser sua tendência inicial, a partir dos resultados de domingo.
noticia por : UOL