Para o ouvidor, é importante também debater a existência da Operação Escudo. “Não acreditamos nesse modelo de segurança”, diz Claudio Silva. “Acreditamos no modelo que lance mão de tecnologias para identificar, localizar e colocar pessoas que agiram em discordância com a lei à disposição da Justiça.”
Ofício enviado ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) cobra do estado de São Paulo que todos os policiais que participam da operação usem câmeras corporais. “É importante que se dê transparência à ação”, diz o ouvidor. “Uma ação legalista não precisa ter receio de ser pública. Isso garante a segurança das pessoas.”
O documento pede que o Gaesp (Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial) —órgão do Ministério Público— acompanhe as operações deflagradas. “Acredito que o MP seja um portador de atitudes legais para frear o ímpeto dessa visão de Segurança Pública focada na polícia de morte”, afirma Silva. O MP informou que ainda não recebeu o ofício.
O ouvidor disse que o órgão vai monitorar as regiões onde as ações do governo ocorrem para acompanhar eventuais abusos. “Moradores dessas regiões podem procurar a Ouvidoria. Pedimos que nos tragam denúncias com fotos, áudios e vídeos para instaurar procedimento com subsídios para ensejar investigações.”
Esses policiais foram vítimas de pessoas que desobedeceram às leis, mas isso a sociedade vive todos os dias, com os elevados casos de violência contra a mulheres, assaltos em diferentes regiões da cidade. A resposta deve ser dada a toda a população e não só a policiais.
Cláudio Silva, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo
Vamos com temor e preocupação às ações, uma vez que não temos nenhuma informação de como serão as operações. A experiência que temos foi a da Baixada Santista, que ceifou 28 vidas e não trouxe nenhum resultado ou exemplo positivo na política de segurança pública de São Paulo e do país.
noticia por : UOL