MUNDO

Olivier Anquier diz que carne brasileira é maravilhosa e que imbróglio é péssimo para o Carrefour

Nascido na França, mas morando no Brasil desde 1979, o chef Olivier Anquier defende a qualidade da carne brasileira. “Se tem um país que tem normas muito rígidas é o Brasil”, afirma ele à coluna, ao comentar a decisão do Carrefour de suspender a compra do produto de países do Mercosul por suposta motivação sanitária e ambiental.

Anquier acrescenta que 100% das carnes oferecidas nos seus restaurantes são de origem brasileira, porque, segundo ele, nos últimos 15 anos houve um salto gigantesco na qualidade do produto nacional.

Anquier diz que não está por dentro do imbróglio envolvendo o Carrefour e frigoríficos brasileiros, uma vez que nos últimos dias precisou ficar mergulhado na abertura da segunda unidade do L’Entrecôte d’Olivier, na região central da capital paulista.

O restaurante é conhecido por servir um menu único, cujo prato principal é uma peça de contrafilé regada com um molho especial, com batata frita de acompanhamento.

“Acho que vai ser péssimo para o Carrefour aqui no Brasil, com certeza, porque a nossa carne é maravilhosa”, afirma ele.

Após o anúncio da suspensão da compra, a rede francesa afirmou que a medida se aplica apenas às lojas da França e que no Brasil a rede continuava comprando carne de produtores locais.

A JBS e a Marfrig resolveram suspender o fornecimento de carne ao Carrefour inclusive no Brasil como boicote. A empresa também comanda a rede Atacadão.

Anquier afirma que seu posicionamento em defesa da carne brasileira é não apenas por já se considerar “um brasileiro de origem francesa”, mas principalmente pelas obrigações e leis sanitárias que são “muito fortes” no país. “Por obrigação ética e satisfação pessoal, eu não consigo oferecer ao meu cliente uma carne que não seja de qualidade. Estou muito satisfeito com a brasileira.”

Ele acrescenta, porém, que não poderia dar uma opinião sobre toda a polêmica gerada pela decisão da rede varejista, uma vez que afirma não ter conhecimento profundo sobre o assunto. Mas palpita que “talvez os produtores franceses estejam numa situação muito complicada” diante do crescimento do comércio global.

De fato, a decisão da rede varejista foi uma resposta a pressões de sindicatos de agricultores franceses, que buscam proteger o setor agrícola local contra a concorrência internacional. O Carrefour argumentou também que a medida está alinhada com preocupações ambientais e normas mais rigorosas exigidas na Europa.

A postura gerou uma reação intensa no Brasil, com a suspensão das vendas ao Carrefour e a decisão de grupo ligados ao agronegócio de pedirem uma retratação. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se mostrou indignado com a postura da empresa francesa.

“Isso é um absurdo. Se ele não quer comprar os produtos brasileiros, é simples, não compra. Se não quer comprar, diz que não quer. Agora, dizer que não tem qualidade sanitária? Faz 40 anos que a França compra carne do Brasil. E faz isso agora? Isso nós não vamos admitir, porque o que nós temos de mais precioso é a qualidade sanitária da nossa carne. É isso que nos abriu tantos mercados no mundo”, reagiu o ministro.

TELA

A artista plástica Pinky Wainer recebeu convidados na abertura de sua nova exposição, na sexta-feira (22), no Projeto Vênus, na região central da capital paulista. O proprietário da galeria, Ricardo Sardenberg, o advogado e marido da artista, Zuca Pinheiro, o fotógrafo e curador da exposição, Eder Chiodetto, o jornalista e colunista da Folha José Simão e a atriz Isabel Teixeira marcaram presença.

com JOELMIR TAVARES, KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH


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noticia por : UOL

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