“Seja para pedir mais financiamento para perdas e danos por questões climáticas, na mitigação de riscos, ou na ajuda pela transição energética justa, os países do Sul global, liderados por Brasil e Colômbia, deverão vir com mais força nos próximos encontros internacionais”, afirma Zugman.
A justiça na transição é um ponto bastante destacado pelo colombiano. Em 2023, durante a COP28, realizada em Dubai, Petro anunciou a criação de um portfólio para a ação climática e a transição socioecológica e energética justa. O presidente buscou investimentos de 34 bilhões de dólares visando fazer com que a Colômbia abandonasse energias mais poluentes, como o carvão e a exploração de petróleo, para poder investir em fontes renováveis e limpas.
Divergência sobre petróleo
Um tema que não deve contar com novos avanços é o futuro da exploração de petróleo na região, que está longe de ser um consenso entre os dois presidentes. No último ano, Petro colocou a Colômbia durante a COP28 em um pacto global pelo fim dos combustíveis fósseis, algo que foi bastante celebrado por seu governo.
Por outro lado, o governo de Lula segue impulsionando a exploração, inclusive na Foz do Amazonas. Em agosto de 2023, as divergências sobre o tema levaram a Cúpula do Amazônia, realizada em Belém, a ser encerrada sem uma declaração conjunta sobre o tema.
“As atitudes da Colômbia pressionam o Brasil, mas a postura do país segue a de jogar a responsabilidade para o Norte global, por conta da história das emissões”, afirma Zugman. “A expectativa é de que a pressão aumente cada vez mais nos próximos meses até a COP30, e em algum momento o governo brasileiro terá que dar uma posição mais clara”, avalia.
noticia por : UOL