Diante do bloqueio do “orçamento secreto” para bancar emendas parlamentares, criou-se uma espécie de “emenda fantasma” para bancar emendas parlamentares —fantasma porque nessa nova manobra sequer existe a criação de emendas, apenas a indicação direta do destino da verba por alguns dos senadores e deputados que tiveram acesso ao caixa vitaminado da Defesa.
O general de divisão Ubiratan Poty, que comanda o Calha Norte desde o início do governo Bolsonaro, admitiu o caráter político da distribuição de verbas.
Isso [os recursos com o carimbo de políticos] foi [definido] através de documentos específicos lá do Congresso.
Ubiratan Poty, diretor do Calha Norte
O Ministério da Defesa confirmou à reportagem que os nomes dos padrinhos políticos não são divulgados. Segundo a pasta, não há obrigação legal.
Poty disse que é “do momento político” a forma como as verbas são distribuídas já que, segundo ele, o ministério não controla o destino dos recursos. “O programa Calha Norte não forma políticas públicas. Ele executa políticas.”
Leia a nota de Davi Alcolumbre:
“O senador Davi Alcolumbre esclarece que desconhece qualquer sistema paralelo de distribuição de recursos no âmbito do Ministério da Defesa. Ressalta ainda que os recursos investidos pelo Ministério em obras e projetos desenvolvidos tanto nos municípios quanto no Governo do Estado do Amapá sempre contaram com seu legítimo apoio na qualidade de senador, seguindo os critérios legais e transparentes estabelecidos pelas normas que tratam dessa matéria, com execução disponibilizada no portal “transferegov”, ferramenta integrada e centralizada, com dados abertos, destinada à informatização e à operacionalização das transferências de recursos oriundos do orçamento fiscal e da seguridade social da União.
Mais uma vez o senador reafirma que seguirá trabalhando incansavelmente a fim de garantir o máximo de investimentos possíveis ao Amapá.”
noticia por : UOL