Há vários Morumbis no distrito que leva esse nome e é delimitado pela Marginal Pinheiros e pelas avenidas Francisco Morato, Jorge João Saad e Giovanni Gronchi e, a sul, pela sequência da avenida Morumbi que leva para as entranhas de Paraisópolis.
A grande e populosa comunidade, com efeito, fica um tiquinho a sul, já no distrito de Vila Andrade.
Há o Morumbi do Jockey Club, que vive a tensão pós revisão da revisão do zoneamento, e que pode por isso ver modificadas inteiramente 14 quadras hoje residenciais que passariam a não ter restrição de construção; há o Morumbi das cercanias da ponte do Morumbi e do Real Parque, cujos prédios competem pela vista da ponte Estaiada; há o Morumbi estritamente residencial, arborizadíssimo e escuro à noite, cuja sensação de insegurança não compensa, para tantos, a manutenção das muitas casas e mansões que pululam por suas ruas sinuosas, muitas delas vazias.
Há ainda o Morumbi do valorizado Jardim Guedala, próximo do estádio do São Paulo, do Palácio do Governo, da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e da grande praça Vinícius de Moraes, bairro cujo potencial de construção e a vizinhança das zonas de restrição facultaram a chegada de prédios diferenciados como os da Meta, incorporadora “butique” que faz projetos com assinatura de arquitetos badalados como Arthur Casas e Gui Mattos.
O Casa Arbo, com unidades de 400 m2 a 655 m2, tem metro quadrado em torno de R$ 22 mil e paisagismo do ubíquo Ricardo Cardim. Um dos “features” vendidos no site do empreendimento é a proximidade de colégios de elite como o Cervantes, o Porto Seguro e o Santo Américo –o Avenue também não está longe.
O diabo é que a “walking distance”, para usar a expressão da Meta, é quase uma quimera no distrito, em que a topografia, a insegurança em certas áreas, a falta de metrô e a distância de polos comerciais impulsionam o uso do automóvel.
Mesmo assim, o Morumbi teve nos primeiros cinco meses deste ano o maior volume de vendas de imóveis desde 2021 (sempre na comparação de janeiro a maio), segundo a Loft. Em relação a 2023, o aumento foi de 58%. Em um ano até junho último, a valorização foi de 4%.
Mesmo projetos de grande escala, mais populares, encontram guarida na região. A Plano & Plano lançou num terreno de 5.000 m2 nas proximidades de Paraisópolis o Plano&Mais Morumbi. As 544 unidades projetadas têm preço inicial de R$ 227.500 (apartamentos de 26 a 35 m2). Um dos pré-requisitos de projetos similares da construtora, a proximidade de estações de metrô e trem ou terminais de ônibus, aqui é relativizado: a estação Vila Sônia, da linha 4 do metrô, está a 2,6 quilômetros.
Se a saída for ter um carro, a briga por uma vaga de garagem no interior do condomínio promete –apenas 1 em cada 5 apartamentos, ou quase isso, terão direito a ela.
Folha Mercado
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noticia por : UOL