“Em termos financeiros, a abolição do AME enfraqueceria seriamente os hospitais públicos que estão sob forte pressão orçamentária”, privando-os do “financiamento associado ao atendimento de pessoas doentes, que continuariam a ser tratadas”, continua a federação.
“Toda a comunidade científica, médica e econômica concorda que o tratamento precoce de problemas de saúde é geralmente menos oneroso do que o tratamento tardio”, afirma o texto, “com efeitos desastrosos para os indivíduos”, acrescenta.
“Recusar atendimento”
O fim do AME colocaria os prestadores de serviços de saúde “em um dilema ético e deontológico inaceitável: recusar o atendimento necessário (…) ou prestar atendimento piorando a situação financeira de seu estabelecimento”, acrescentou a FHF.
“Proteger a saúde dos mais vulneráveis significa proteger a população como um todo. Além do dever de humanidade, essa é uma questão importante de saúde pública”, acrescentou Lamine Gharbi, presidente da Federação dos Hospitais Privados (FHP), em uma declaração à AFP.
“Os hospitais e clínicas particulares atendem 20% dos pacientes que são titulares de AME, do C2S (seguro de saúde complementar) ou do Puma (proteção universal de saúde)”, acrescentou.
“Erro político e de saúde”
Eric Chenut, presidente da Mutualité Française, a organização que reúne as seguradoras de saúde francesas, também acredita que a abolição desse esquema “é um erro político e de saúde”.
“Um vírus não conhece fronteiras, como a epidemia de covid tragicamente nos lembrou. Optar por piorar a saúde dos mais vulneráveis significa criar as condições para que todos sejam colocados em risco”, escreveu ele em uma declaração, pedindo que “nos mantenhamos firmes em nossos valores humanistas”.
Os senadores de centro-direita que votaram a favor dessa reforma incluem cerca de quinze profissionais de saúde (médicos, farmacêuticos e enfermeiros).
noticia por : UOL