Diplomatas convocados
As declarações de Erdogan levaram Israel a chamar de volta os seus diplomatas na Turquia. “Dadas as graves declarações vindas da Turquia, ordenei a retirada dos representantes diplomáticos para reavaliar as relações entre Israel e a Turquia”, publicou Eli Cohen na rede social X (antigo Twitter).
O partido no poder no país, o AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento), afirmou que mais de um milhão de pessoas participaram do comício.
A Turquia condenou o ataque do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, que deixou 1.400 israelenses mortos, a maioria deles civis, mas o presidente turco chamou esta semana os membros do Hamas de “combatentes da liberdade”.
Reforçar base
De acordo com analistas, Erdogan estaria se esforçando para atrair sua base política conservadora às vésperas do centenário da secular República da Turquia. “O simbolismo é claro, e ninguém na Turquia ignora, que a manifestação pró-Palestina provavelmente ofuscará as comemorações do centenário da República secular”, disse Asli Aydintasbas, pesquisadora associada da Brookings Institution, um think tank com sede em Washington.
Segundo ela, os comentários de Recep Tayyip Erdogan sobre o Hamas refletem uma posição de longa data de Ancara, mas o chefe de Estado procura tirar partido do sentimento anti-israelense atual em todo o país e “consolidar a ala sunita conservadora da Turquia”.
Sinan Ulgen, antigo diplomata turco e diretor do Centro de Estudos Econômicos e Política Externa, um think tank com sede em Istambul, também observa que o agravamento da crise humanitária em Gaza e a pressão de seus aliados políticos estão levando o presidente turco a endurecer sua retórica.
Os líderes dos partidos nacionalistas e islâmicos aliados do chefe de estado – que o ajudaram a vencer uma eleição acirrada, em maio – estiveram presentes no comício.
noticia por : UOL