Guillaume Faury, CEO da Airbus, respondeu à iminente tarifação que será imposta pelo governo Donald Trump
Como uma estratégia em resposta ao risco de novas tarifas impostas pelo governo Donald Trump, a Airbus considera priorizar a entrega de aeronaves para clientes fora dos Estados Unidos.
A posição foi dada por Guillaume Faury, CEO do fabricante europeu, durante uma conferência anual de imprensa, realizada na última quinta-feira (20), em meio às novas tensões comerciais desencadeadas para a indústria aeroespacial mundial, desde que Trump assumiu a Casa Branca.
A preocupação da Airbus também está intimamente ligada à histórica disputa comercial com a Boeing, que resultou em tarifas significativas para ambas as empresas no passado. O conflito envolve acusações mútuas de subsídios ilegais por parte dos respectivos governos. o fabricante norte-americano alegou que o concorrente recebeu “ajuda de lançamento” de governos europeus, enquanto o outro lado diz que a Boeing se beneficiou de subsídios por meio de contratos governamentais e isenções fiscais nos EUA.
Essa disputa levou a decisões da Organização Mundial do Comércio (OMC), que concluiu que ambas as partes haviam recebido subsídios ilegais. Como resultado, uma série de tarifas retaliatórias foi imposta, afetando diretamente a indústria aeroespacial e gerando desafios para a competição justa no mercado global.
A Airbus tem uma presença considerável nos Estados Unidos, com instalações de fabricação em Mobile, no estado do Alabama, que dependem de uma cadeia de suprimentos global. As tarifas sobre componentes importados poderiam prejudicar essa operação, levantando preocupações sobre os impactos na economia local e no mercado de trabalho nos EUA.
A empresa está em modo de espera, monitorando os possíveis cenários de tarifas do governo Trump e os efeitos na cadeia de suprimentos e nos cronogramas de entrega. Essa postura reflete a necessidade de planejamento estratégico para mitigar os riscos e proteger as operações globais da Airbus.
O impacto das tarifas pode afetar também uma ampla gama de fornecedores e clientes dentro da indústria aeroespacial. O aumento dos custos e os atrasos nas entregas poderiam prejudicar a inovação e a competitividade, afetando toda a economia global.
Além disso, as tarifas podem provocar medidas retaliatórias de outros países, agravando ainda mais a situação e criando um cenário de incerteza que pode prejudicar o crescimento do setor a longo prazo.
noticia por : UOL