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Eleições na França registram maior participação das últimas quatro décadas

Participação nas eleições legislativas deve ser semelhante ao comparecimento na disputa presidencial, na avaliação de especialista. “Isso revela uma resistência dos franceses ao avanço da direita e extrema direita no país”, afirma Uriã Fancelli, mestre em Relações Internacionais pelas Universidades de Groningen (Países Baixos) e Estrasburgo (França). “As pessoas, de fato, estão indo votar e, principalmente, com o objetivo de conter a ascensão do partido Reunião Nacional por conta das políticas radicais que defendem”, diz.

Radicalismo assusta e motiva pessoas a irem às urnas. Fancelli afirma que o Reunião Nacional defende políticas que colocariam pessoas que têm dupla nacionalidade em desvantagem. “Nos cargos públicos, seria dado preferência a pessoas de cidadania francesa”, diz. Além disso, só teria direito à cidadania francesa “quem tem sangue francês.”

Eleitores veem oportunidade de colocar no poder quem desejam. O especialista afirma que há uma parcela de eleitores de direita que foram votar porque enxergam na polarização uma oportunidade para colocar aqueles que eles defendem no poder.

Outro motivo que tem levado franceses às urnas é o “movimento de resistência”. Criado com o bloco de Emmanuel Macron, houve uma espécie de acordo para que candidatos de esquerda e centro-esquerda que tivessem menos chances de serem eleitos abrissem mão da candidatura para apoiar aqueles que estivessem em segundo ou primeiro lugar.

Preocupação que o país “fique tragado”, sem que partidos consigam maioria. “A chance de que não haja uma força suficiente e que ninguém consiga uma maioria absoluta preocupa porque com isso será muito difícil escolher o primeiro-ministro durante um ano até que seja possível ter novas eleições”, afirma Fancelli.

Eleições na França

Eleição foi convocada por Macron depois que a extrema direita venceu o pleito para o Parlamento Europeu, no mês passado. A decisão de dissolver a Assembleia Nacional causou choque e incompreensão. O argumento era de que os franceses não votariam da mesma forma numa eleição nacional.

noticia por : UOL

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