O ex-chefe da Aeronáutica, Baptista Júnior, também confirmou a participação nessa reunião, de acordo com fontes que acompanham a investigação. O teor desses depoimentos está sob sigilo.
Essas articulações golpistas foram inicialmente relatadas à Polícia Federal pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou uma delação premiada com a PF.
Como revelou o UOL em setembro, Cid contou aos investigadores que o ex-assessor Filipe Martins apresentou uma minuta de decreto golpista a Bolsonaro, que previa convocar novas eleições e prender adversários políticos. Bolsonaro consultou os chefes das Forças Armadas a respeito do documento. Segundo o relato de Cid, o então comandante da Marinha, Almir Garnier, manifestou apoio à iniciativa e colocou suas tropas à disposição de Bolsonaro, mas o plano golpista foi rejeitado por Freire Gomes e Baptista Júnior.
Os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica corroboram o relato da delação premiada de Mauro Cid. O comandante da Marinha ficou em silêncio em seu depoimento à PF.
Na avaliação de fontes que acompanham as investigações, essas provas colhidas até o momento já comprovam que a reunião golpista de fato existiu. Agora, a PF analisa os telefones celulares apreendidos na operação Tempus Veritatis para buscar detalhes sobre a participação de outros personagens, incluindo militares, na tentativa de golpe de Estado.
Em uma manifestação convocada na Avenida Paulista no último dia 25, Bolsonaro chegou a admitir as discussões de minutas golpistas. A fala foi interpretada por investigadores como uma admissão do seu envolvimento nas tratativas.
noticia por : UOL