Além disso, a legislação norte-americana incorpora o princípio da Vantagem Militar Qualitativa (Qualitative Military Edge, QME), que obriga os Estados Unidos a assegurarem a capacidade de defesa de Israel. Esse princípio é levado em consideração mesmo quando os Estados Unidos comercializam armas com outros países da região, garantindo que Israel tenha os meios para se defender de possíveis ataques.
Segundo a Axios, a assistência dos Estados Unidos a Israel é predominantemente composta por concessões de armas, com mais de 80% das importações de armas de Israel entre 1950 e 2020 provenientes dos Estados Unidos. Israel não só recebe uma quantidade significativa de armas, mas também tem acesso ao equipamento militar mais avançado do mundo, incluindo o F-35 Joint Strike Fighter.
Além do suporte financeiro e militar, Israel e os Estados Unidos têm uma longa história de realização de exercícios militares conjuntos, culminando no maior desses exercícios em janeiro de 2023. A parceria entre os dois países se estende também à troca de informações, embora a dinâmica dessa cooperação tenha experimentado várias mudanças ao longo dos anos.
De acordo com informações da Reuters, os Estados Unidos mantêm cerca de 30 mil tropas na região do Oriente Médio, tendo enviado adicionalmente 900 após um ataque do Hamas em Gaza. A Axios reporta que, embora o número exato de tropas estadunidenses em Israel não seja claramente conhecido, os Estados Unidos operam pelo menos uma base militar no país, conhecida como “Site 512”, que se acredita ser uma base de vigilância utilizada para a detecção de mísseis por radar.
Enquanto isso, The Intercept revela que, apesar das afirmações da Casa Branca de não ter planos de enviar mais tropas para Israel, contratos governamentais e relatórios orçamentários indicam uma presença militar secreta dos Estados Unidos que está se expandindo. Localizado no deserto de Negev, o “Site 512”, originalmente focado em monitorar mísseis iranianos, estaria sendo ampliado com novas instalações de habitação, conforme sugerem documentos secretos.
O resumo é que a realidade é muito mais complicada do que parece. Não tem a ver com o discurso ou a vontade de um indivíduo, ainda que ele seja o presidente dos Estados Unidos. Por mais apaziguador que tente ser o discurso de Biden contra os excessos de Israel nesse momento, como diz o ditado: na prática, a teoria é outra.
noticia por : UOL